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A marca no fluxo de caixa descontado (Valuation)

Durante esses anos de reuniões, quando uma empresa se interessa ou tem a necessidade de realizar um estudo de valor (valuation), a partir da metodologia do fluxo de caixa descontado, a pergunta mais frequente que escutamos é: “E a minha marca? Quanto vale?”. E a resposta sempre é: “O fluxo de caixa descontado consegue captar o valor da sua marca.”

O empresário que tem a sua história pessoal e, muitas vezes familiar, confundida com a história da empresa, sabe do sangue e lágrimas derramados para chegar aonde chegou; porém, não percebe que a valoração da marca está em constante mutação.

A metodologia de avaliação de marca (Brand Value) tem três abordagens para valoração de uma marca, entre elas:

1. ABORDAGEM BASEADA EM CUSTOS: principalmente preocupada com o custo na criação ou substituição da marca. Por exemplo:

a) Custo acumulado ou método de custo histórico;

b) Método de custo de substituição.

2. ABORDAGEM BASEADA NO MERCADO: lida com o valor em que uma marca é vendida e está relacionada ao valor mais alto que um “comprador e vendedor participantes do mercado” estão dispostos a pagar por um ativo. Exemplos:

a) Abordagem comparável ou o método de comparação de venda de marca;

b) Método residual.

3. ABORDAGEM BASEADA EM RENDA: trata da valorização dos lucros líquidos futuros diretamente atribuíveis à marca para determinar o valor desta em seu uso atual. Exemplificando:

a) Método de royalties;

b) Fluxo de caixa descontado.

David A. Aaker e Aswath Damodaran, referências no tema, apresentam o fluxo de caixa descontado para valoração de marca também. Nas entrelinhas das projeções do valuation, a marca está implícita.

O exemplo clássico que apresentamos é considerando o preço ou ticket médio em relação a concorrentes diretos com marcas menos prestigiadas. A melhor visualização é imaginando por que a Coca-Cola pode cobrar um preço superior aos demais refrigerantes cola de similar qualidade, conforme demonstrado no gráfico a seguir:

De maneira simplificada, a diferença entre o preço que a Coca e os outros similares e sucedâneos cobram é a marca.

Logo, quando realizadas as projeções para a construção de um valuation com a metodologia do fluxo de caixa descontado, esta só é sustentada, alcança determinado volume de vendas, ticket médio, market share e custos e despesas por conta da marca. Ou seja, valor da empresa encontrado tem nele o valor da marca.

Valor de Sinergia

O Valor de Sinergia em processo de M&A

Entre as diversas metodologias existentes para se realizar o Valuation de uma empresa, a que atualmente é a mais completa e aceita pelo mercado é o método de fluxo de caixa descontado, devido à abrangência de variáveis que essa técnica contempla, mitigando as possíveis incertezas que fazem parte do estudo de Valuation.

Dentre essas variáveis, podemos citar o efeito do valor de controle bem como o do valor de sinergia, comum em processos de fusão e aquisição de empresas, que acaba gerando criação de valor para o acionista quando ocorre. 

Neste artigo focaremos no valor de sinergia e suas principais características.

Inicialmente, é necessário definir o conceito de sinergia. De acordo com o dicionário da Oxford Languages, é a “coesão dos membros de um grupo ou coletividade em prol de um objetivo comum”. Ainda, o mesmo dicionário traz a definição da palavra aplicada ao mundo dos negócios: “ação conjunta de empresas, visando obter um desempenho melhor do que aquele demonstrado isoladamente”. Dessa maneira, o termo sinergia, quando praticado no meio empresarial, refere-se a benefícios que duas ou mais companhias conseguiriam ter em conjunto caso ocorresse a união delas.

Tendo o conceito em mente, conseguimos então pensar diversas situações em que ocorre sinergia entre duas empresas: no caso de dois concorrentes se unindo para ganhar mercado; um parque fabril sendo utilizado por duas empresas diferentes para redução de custos; ou então dois clientes que se unem para negociar preços melhores com um determinado fornecedor.

Em uma operação, conseguimos segregar a sinergia em operacional e em financeira. A primeira diz respeito aos casos já citados no texto, que incluem, por exemplo, economia de escala, maior crescimento em mercados novos ou existentes e maior poder de precificação. Já a segunda se refere ao aproveitamento estritamente financeiro, como benefícios fiscais, capacidade de endividamento, ou o fato de a rentabilidade de uma conseguir suportar um investimento maior em outra.

Quando avaliamos empresas em que seja identificável a ocorrência de sinergia decorrente de sua aquisição, fusão ou qualquer outro arranjo societário, é de fundamental importância a sua valoração para que a tomada de decisão na negociação seja realizada de maneira consciente e embasada em premissas pautáveis. Portanto, é imprescindível o estudo de caso de maneira individualizada de cada operação para que sejam identificadas as sinergias provenientes, como o aumento das margens de lucros, a entrada facilitada em novos mercados etc. bem como o momento a partir do qual esse benefício refletirá nos fluxos de caixa das duas empresas em conjunto.

Para conseguirmos então distinguir o valor da operação que será resultante da sinergia, é realizado o Valuation da empresa-alvo de maneira separada, antes do processo de fusão/aquisição (taxas distintas de crescimento, de desconto etc.) e, na sequência, é desenvolvido o Valuation da empresa resultante já considerando o impacto da operação no fluxo de caixa.

Em estudos de sinergia, alguns cuidados devem ser tomados para que o valor justo reflita a realidade. As sinergias geradas devem ser projetadas com um certo grau de conservadorismo, pois é comum que se extrapole no otimismo. Outros cuidados que precisam ser tomados dizem respeito: ao custo de capital das operações, que deve ser realizado antes e depois da empresa resultante; ao acúmulo de caixa, que deve ocorrer sempre na empresa resultante e não na empresa alvo; e a não utilização de uma taxa livre de risco para descontar os fluxos da sinergia visto que fluxos provenientes de sinergia sempre possuem um risco maior.

A Valuup Consultoria é especializada em Valuation e no estudo de valor de controle e sinergias gerados em processo de M&A. Entre em contato para aprofundar o assunto e falar dos desafios da sua empresa.

Enterprise Value x Equity Value – Qual a diferença? Quanto vale a minha empresa?

Dentre as diversas metodologias para se avaliar uma empresa (valuation), uma das mais aceitas pelo mercado é a do fluxo de caixa descontado – como já abordado no artigo O que é Valuation?

O fluxo de caixa descontado é uma estimativa daquilo que sua empresa poderá produzir ao longo dos anos, descontado por uma taxa que reflita os riscos do negócio – levando em consideração os riscos macroeconômicos, de mercado, setoriais e de estrutura de capital da empresa avaliada – para então trazer ao valor presente.

Para fins de avaliação de empresa, considera-se o fluxo de caixa para os investidores que, em outras palavras, seria o mesmo fluxo de caixa do negócio, pois ele é financiado pelos investidores. Portanto, quando se realiza o desconto desse fluxo, obtém-se o valor da operação (Enterprise Value, Valor da Firma, Firm Value, entre outras nomenclaturas).

Normalmente, quem adquire o negócio também assume, por consequência, a responsabilidade pelo pagamento do passivo oneroso que está financiando a empresa, tais como empréstimos e financiamentos. Esse saldo também é chamado comoparcela dos credores.

Nesse cálculo, também são considerados todos os ativos excedentes da operação que farão parte da negociação. Como exemplo, pode ser citada a parcela do excesso de caixa disponível que não será utilizado como capital de giro, ou então o excesso de estoque que a empresa possui e que não será comercializado no decorrer da operação. Esses ajustes, por vezes, confundem os empresários que não estão familiarizados com o método de fluxo de caixa descontado, pois há o questionamento sobre em que momento ocorre o ajuste de valores do ativo, como o saldo de estoque, imobilizados, entre outros. Porém, todos os ativos registrados no balanço da empresa são inerentes à operação e essenciais para a geração de caixa; logo, o valor da operação já engloba esses ativos, bem como suas sinergias (ativos intangíveis como: marcas, patentes etc.) Na maioria dos casos, o valor da operação é superior à soma dos ativos da empresa; no entanto, quando ocorre o contrário, é um indício de que os ativos não estão sendo bem empregados e não estão gerando o retorno esperado. Essa é uma situação em que se pode citar o valuation como ferramenta de gestão, pois há evidências de que é necessária uma reestruturação – ou então a liquidação dos ativos seria mais prudente do que a continuidade da empresa.

Sendo assim, quando se exclui a parcela dos credores, que é o desconto da dívida financeira e dos ajustes dos ativos excedentes à operação,  encontra-se a parcela dos acionistas, também chamada de Equity Value, que nada mais é do que a diferença do Enterprise Value e a Dívida Líquida da empresa.

Dessa maneira, o valor a ser negociado para que se assuma o controle da operação deve ser o encontrado no cálculo do Equity, pois se assumiriam, além do fluxo de caixa futuro, as dívidas e os excedentes de caixa.

A Valuup Consultoria é especializada em valuation e pode ajudá-lo no entendimento do seu negócio. Entre em contato para aprofundar o assunto e falar dos desafios da sua empresa.

Valor de Controle

Como a troca de gestão pode gerar valor para uma empresa e como é calculado o valor de controle

Entre as diversas metodologias existentes para se realizar o Valuation de uma empresa, a que atualmente é a mais completa e aceita pelo mercado é o método de fluxo de caixa descontado, devido à abrangência de variáveis que essa técnica contempla, mitigando as possíveis incertezas que fazem parte do estudo de Valuation.

Uma das variáveis a serem consideradas é o valor de controle de uma empresa. Imaginemos a seguinte situação: duas empresas do mesmo setor com projeções semelhantes de faturamento, custos, despesas, estrutura de capital e de todos os outros fatores que interfiram no fluxo de caixa projetado das companhias. Porém, uma consegue captar recursos de terceiros a uma taxa condizente com o mercado enquanto a outra financia sua operação com taxas acima do valor praticado no mercado. No caso dessa segunda empresa citada, o custo da dívida é mais alto do que deveria ser, dada a sua capacidade de geração de lucro quando comparada com seus pares de mercado. Como consequência,o fluxo de caixa dessa empresa será descontado por uma taxa maior, diminuindo assim o seu valor.

Agora, consideremos que a primeira empresa incorpore a segunda e, em seguida, implante sua expertise de gestão na companhia. A partir dessa ação, podemos considerar que as características operacionais, econômicas e financeiras dessa segunda empresa tendem a se alinhar com as características da empresa que a adquiriu e, nesse alinhamento, o custo de capital de terceiros se ajusta próximo ao praticado pelo adquirente.

Esse é um caso clássico de como o controle de uma empresa pode interferir em seu Valuation. A administração de uma empresa tem influência no valor dela. Para mensurar o valor do controle, calcula-se o valor da empresa com a administração vigente para chegar ao valor de status quo. Nessa fase se identificam as manifestações que são indícios de ineficiências na administração vigente, como no caso aqui apresentado, o alto custo de capital de terceiros adotado pela administração da segunda empresa. Depois, faz-se um novo cálculo com uma hipotética administração ótima, para estimar assim o valor ótimo.

A diferença entre os valores ótimos e os de status quo pode ser considerada como o valor (prêmio) pelo controle do negócio. Para finalizar o cálculo do controle, também é atribuída a probabilidade de mudança administrativa na continuidade da operação.

A Valuup Consultoria é especializada em Valuation e no estudo de valor de controle e sinergias gerados em processo de M&A. Entre em contato para aprofundar o assunto e falar dos desafios da sua empresa.

Goodwill, como registrar e como testar

O registro do goodwill nas demonstrações financeiras requerer cuidados específicos

O goodwill é um ativo intangível associado a compra de uma empresa por uma outra empresa. Basicamente ele surge da diferença entre o valor justo dos ativos e passivos assumidos na aquisição e o valor desembolsado efetivamente na compra, também podemos entender como o ágio pago na aquisição. Para entender e aprofundar esse conceito é possível consultar o CPC-15 (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) e Instrução Normativa IN 1700/2017 da SRF (Secretaria da Receita Federal).

Considera-se que o ativo intangível tem uma vida útil indefinida, ou seja, sem um prazo específico para amortizá-lo nas demonstrações financeiras. Quando uma demonstração financeira apresentar ativos com vidas úteis indefinidas a regra pede que eles sejam testados anualmente (CPC-1).

O teste consiste em evidenciar a recuperabilidade do goodwill, ou determinar seu valor recuperável. O valor recuperável é obtido por meio do valor de uso, calculado pelo fluxo de caixa descontado do ativo à que o goodwill está associado, ou pelo valor de mercado desse ativo associado ao goodwill, desses dois o maior.

O objetivo central aqui é saber se o valor registrado na contabilidade será recuperado no futuro. Ou se estamos com um ativo com registro superavaliado. Se esse for o caso, o goodwill deve ser desvalorizado até o limite máximo do valor recuperável, e a perda registrada no resultado do exercício. Cabe destacar que o goodwill está sempre vinculado a um ativo ou um grupo de ativos, e não pode ser vendido separadamente, como bem destacado por Marshall Hargrave, na Investopedia (07/03/2020).

Curioso notar que uma vez registrada a perda de goodwill ela não poderá ser revertida para o ativo no futuro, caso um novo teste, no ano seguinte, demonstre uma recuperação do ativo vinculado ao goodwill.

A Valuup contribui com diversos clientes na realização de testes de recuperabilidade de goodwill.

Como os ativos intangíveis alteram o valuation de uma empresa

Selecionamos 8 itens que podem alterar o valor de um negócio e que não podem ser contabilizados de forma simples.

Avaliar uma empresa é uma arte que exige sofisticação. A medida que o valor é percebido de forma diferente é preciso calibrar o peso desses diferenciais no momento do cálculo.  

Entender os valores dos ativos tangíveis é uma prática comum e de menor dificuldade. Existe uma série de ferramentas e metodologias disponíveis e no fim das contas (literalmente) eles são mensuráveis monetariamente.

Mas quando se entra no universo dos ativos intangíveis a conversa sobe o nível e a complexidade se eleva a potencias maiores. Ao longo dos anos esse cálculo vem se tornando uma parte importante, senão a de maior peso, para uma série de empresas e mensurá-lo é hoje um dos maiores desafios do valuation.

Vamos abordar oito pontos em que essas informações precisam ser levadas em consideração, mas calculá-las não se aplica em uma matemática simples: 

1.     Propriedade intelectual: ativos relacionados a criação, patentes, direitos e marcas, ou ainda segredos industriais;

2.     Direitos B2B: basicamente royalties e direitos ou acordo de licença;

3.     Marca: valores relacionados a percepção do consumidor e do mercado;

4.     Intangíveis registráveis: tais como goodwill na aquisição e licenças de software;

5.     Dados: banco de dados, como lista de clientes, por exemplo;

6.     Direitos de não competição: acordos de não competição, que visam preservas receitas;

7.     Relacionamento: valores associados as redes de pessoas e da empresa;

8.     Direitos públicos: direitos de uso, exploração ou permissão de certa atividade ou operação

Todos esses cenários, em algumas empresas, são o bem de maior valor, que mais contribui para a geração de receita. Essa realidade foi comprovada na pesquisa da Brand Finance (2019). Segundo o levantamento 95% dos investidores sêniores concordam que os ativos intangíveis contribuem para o modelo de negócio e objetivos futuros da empresa; outros 88% dos entrevistados concordam que os modelos tradicionais de avaliação, como o fluxo de caixa descontado, não conseguem mensurar os ativos intangíveis. E para 59% dos investidores os ativos intangíveis estão tomando maior significância na hora de decidir investir. 

Avaliar os ativos intangíveis vem tomando um espaço cada vez mais importante na avaliação das empresas. Das 20 empresas mais valiosas no mundo, em 18 o valor dos intangíveis representa mais de 80% do valor da empresa: na Microsoft (mais valiosa) o intangível representa 90% do valor da empresa, na Amazon, 93%; em algumas como: Johnson & Jonhson, Procter & Gamble e Novartis, o valor supera 100%.

A verdade é que essa tendência não terá retorno, será preciso aprofundamento e estudo para se chegar cada vez mais perto da precisão destes valores. O mercado exige a capacitação de profissionais e disposição para desvendar cada empresa e suas particularidades na hora do cálculo.

Cada cenário será construído de forma customizada, não bastará aplicar uma ferramenta padrão para se chegar em um valuation justo.

A Valuup possui profissionais capacitados e dispostos a esses desafios.

4 fatores importantes sobre Valuation em Startups

Saber quanto vale o seu negócio, essa é uma das informações mais cobiçadas quando o assunto é startups. Esse valor é importante e estratégico para todos os atores desse ecossistema: 1 – Empreendedores querem saber quanto vale seu projeto; 2- Investidores precisam avaliar o risco de investimento, e um Valuation pode ajudar muito na hora da decisão.

Antes de entender alguns pontos importantes é preciso saber o que é um Valuation, de forma simplificada é uma metodologia que determina o valor de um ativo ou de uma empresa. Você vai encontrar mais informações neste artigo.

Mas neste conteúdo vamos abordar quatro pontos que precisam ser analisados dentro deste processo e até mesmo antes dele. É muito importante que todos os envolvidos entendam esses conceitos para entender o seu resultado.

1 – Premissas

As premissas precisam ser entendidas antes do cálculo do valor da empresa. Neste momento é preciso fazer uma leitura ampliada do universo em que o negócio está inserido. Qual é o mercado? Quais as expectativas de crescimento? Está se falando de um produto novo? É possível avaliar a necessidade que o produto irá suprir?

É nesse ponto que se pondera os caminhos que a economia, ou um setor específico, estão percorrendo. É preciso analisar:

  1. Aspectos sociais – há algum apelo social para o negócio, ou irá enfrentar alguma barreira cultural?
  2. Aspectos tecnológicos – existe tecnologia envolvida? É uma inovação de difícil aplicação? É uma tecnologia que será facilmente ultrapassada? Existe patente no processo tecnológico?
  3. Aspectos públicos – O produto se relaciona com governo ou depende de políticas públicas?
  4. Aspectos legais – há alguma barreira legal?
  5. Aspectos econômicos – Quais as condições econômicas do ambiente de atuação da empresa?

A próxima avaliação está no ambiente operacional, é preciso avaliar as premissas que envolvem a operação da empresa:

  1. Fornecedor – a empresa tem fácil ou difícil acesso aos fornecedores? A empresa depende muito ou pouco do fornecimento de insumos?
  2. Concorrência – qual o nível de concorrência do negócio? Quantos são, onde estão e quais os diferenciais em relação à concorrência
  3. Clientes – Quem são, onde estão, qual o acesso da empresa à eles? Qual o poder de compra?
  4. Componente internacional –
  5. Mão-de-obra – Qual a dependência do negócio com relação à mão-de-obra? Ela é qualificada ou não? Tem baixo ou alto custo?

Por último se analisa a organização em seu ambiente interno:

  1. Organizacional – como está organizada a empresa com relação à governança – quem faz o que.
  2. Financeiro – há um controle financeiro, como estão os números?
  3. Marketing – há um planejamento de Marketing? Está sendo eficiente?
  4. Pessoal – como está o quadro de funcionários com relação à custo benefício.
  5. Produção – A empresa está conseguindo entregar o que promete?

2 – Comportamento histórico

Outro componente muito importante no momento da avaliação de uma empresa é como ela se comportou até o momento. O Valuation analisa dados passados para entender que tipo de comportamento tem o negócio.

3 – Taxa de desconto

O terceiro ítem, e o de mais difícil compreensão, é a taxa de desconto. Essa taxa é determinada para saber qual a projeção futura da empresa. A taxa de desconto mede o risco do negócio. Quanto maior for o risco analisado nas premissas, maior será a taxa e maior o risco de se investir nesta empresa.

4 – Projeção do Fluxo de Caixa

 E para finalizar é importante entender a importância do fluxo de caixa para o cálculo do Valuation. E a Projeção do Fluxo de caixa que leva a empresa para o futuro para entender seu valor presente.

Empresas brasileiras mais próximas dos padrões mundiais

A adoção das normas internacionais de contabilidade está elevando o padrão das empresas brasileiras. Médias e pequenas ainda precisam aprofundar as práticas para agregarem valor ao negócio

Por Luís Gustavo Budziak

A curadora da Fundação IFRS, Maria Helena Santana, argumenta que a adoção de normas internacionais de contabilidade pelas empresas brasileiras foi positiva, sobretudo ao longo dos seis anos que atuou como curadora da Fundação.

Algumas normas (CPCs) foram menos “populares”, como o IFRS 9 (provisão de perdas), IFRS 16 (arrendamentos) e IFRS 17 (seguros), o qual ainda não entrou em vigor.

Nós observamos que as práticas contábeis são aplicadas principalmente pelas grandes empresas e pelas empresas auditadas no Brasil, mas utilizadas de maneira superficial nas médias e pequenas empresas.

Nosso nicho de atuação, justamente as pequenas e médias empresas, apresentam informações financeiras incompletas, o que dificulta quando estamos negociando a venda de empresas brasileiras para investidores estrangeiros.

O empresário deve ficar atendo às melhores práticas contábeis. Utilizar-se delas representa melhor controle e accontability, isso certamente gerará melhor evidência e ganhos numa negociação de venda futura da empresa.

3 benefícios da gestão profissional nas empresas

Empresas têm ganhos na tomada de recurso, na avaliação da empresa e na eficiência do negócio quando são geridas de forma profissionalizada.

Por Fernando Balotin

A falta de gestão profissional afeta empresas de diferentes portes, porém as empresas familiares e PMEs, por exemplo, sofrem com a falta de profissionalização na gestão, logo afetando a tomada de decisão. Segundo pesquisa do Sebrae ¼ dessas empresas não sobrevivem depois de dois anos de funcionamento. Por mais que o feeling do proprietário, e/ou fundador seja excelente, o mercado mostra que não é suficiente para garantir a perenidade da empresa.

Existem inúmeros benefícios em uma gestão profissional e estratégica para cada empreendimento. Aqui vamos abordar os três principais pontos que beneficiam diretamente as empresas que profissionalizam sua gestão.

1.      Financiamentos/Empréstimos

A captação de recurso é um momento delicado e importante para o negócio.  A gestão profissional é fundamental para o sucesso desse processo. Começa pela tomada de decisão certa. A escolha e a pesquisa das opções financiamento, saber qual será a melhor opção para cada situação. A outra, e talvez a mais decisiva, é que bancos e fontes de empréstimos confiam em empresas que possuem governança profissional e estruturada, que tenham um diretor, gerente e/ou head financeiro nesta cadeira, garantindo credibilidade e escolha certa na tomada de decisão. É notório que as melhores condições de tomada de crédito se dão para empresas com uma gestão profissionalizada.

2.      Valor da empresa

A gestão profissional também impacta no momento de avaliação de valor de uma empresa. Esse é um dos itens dimensionados para determinar quanto vale o negócio. O processo de Valuation, (você pode entender como funciona essa ferramenta aqui), olha, basicamente, para três cenários: as premissas, que analisam o mercado; para o fluxo de caixa da empresa; e para o histórico, que é sobre como a empresa se comportou até o momento, é nesse ponto que uma gestão profissional fará diferença no valor da empresa.

3.      Ganho de eficiência

Empresas com melhor gestão tem mais possibilidades de serem eficientes e mais lucrativas. Profissionais preparados conseguem traçar estratégias e otimizar resultados, tomando a melhor decisão. Pode parecer “caro” ter profissionais de mercado sentados nas cadeiras mais estratégicas, como financeiro, recursos humanos e operação, ou até mesmo somente um diretor administrativo. Toda via, quando se observa o ganho de eficiência que empresas com gestão profissionalizada têm, vale olhar para as posições estratégicas com carinho. .  

Os benefícios da gestão profissionalizada são inúmeros, mas quando olhamos no prisma das finanças, certamente estes são os mais latentes. E nunca é tarde para organizar às dívidas e começar o processo de profissionalização da gestão.

Como preparar a empresa para ser vendida

Os 9 pontos que irão ajudar a valorizar sua empresa e que começam muito antes de colocá-la à venda.

Preparação e planejamento são conceitos importantes na hora de colocar uma empresa à venda. Para evitar a depreciação do negócio o processo se inicia muito antes da oferta da empresa.

A expressão “arrumar a casa” não significa maquiar informações ou apresentar realidade fictícias e sim dar máxima transparência ao processo e organizar todas informações que serão solicitadas pelo novo investidor.

De um lado quem compra quer saber o que está comprando, quem vende precisa estar preparado para responder as perguntas de forma clara e objetiva e com isso valorizar o seu negócio. Quanto mais transparente e com volume consistente de informação, mais valor se atribui à empresa.

Por que vender?

Essa informação precisa estar muito clara para quem vende. Como se trata de uma decisão estratégica, ter a consciência dos motivos, ajuda a identificar e prevenir impulsos e decisões emocionais na hora de fechar negócio. Além disso, será uma das primeiras perguntas dos potenciais compradores.

Essa resposta precisa ser sincera, sem a consciência desse motivo é possível que o vendedor cometa erros caros e não faça uma saída bem-sucedida.

Definido o motivo da venda é preciso entender a estratégia de venda e saber as implicações da condição da venda. Em alguns casos a prioridade é valor, em outros é tempo e até mesmo a continuação da empresa.

Preparação

Essa fase irá dar sustentação para toda a negociação. É nesse momento que se passa um pente fino em todos os documentos da empresa e nos processos estabelecidos na organização.

1 – Contratos

Analisar e revisar todos os contratos de grande impacto para o negócio é essencial, seja com fornecedores, distribuidores, consultorias, locação, empréstimos, etc. Entenda em que condições eles estão com relação a cumprimento e prazos. Tenha essas informações de forma organizada e clara para apresentar ao comprador.

2 – Financeiro

Nesta fase é preciso preparar os demonstrativos financeiros dos últimos cinco anos, além do balanço patrimonial. É importante que esses relatórios sejam os mais completos e reais possível.

E isso precisa ser feito muito antes do momento da venda, precisa ser uma prática constante da empresa. Não se pode maquiar informações. Por isso é tão importante que uma empresa mantenha suas informações financeiras consistentes e organizadas, essa prática irá valorizar o negócio no momento da venda.

O comprador irá comparar as informações oficiais de balanço com a realidade da empresa, normalmente com a averiguação do Due Diligence, falamos mais sobre essa ferramenta neste artigo.

3 – Planilhas de controles gerenciais

É importante demostrar como funciona as entradas e saídas da empresa. Apresentar os orçamentos planejados e os realizados. Mais uma vez, essa tarefa precisa ter sido feita no decorrer da atuação e história da empresa, evidenciando a importância desses controles como cultura de organização.

4 – Licenças, alvarás e seguros

Esses documentos constitutivos da empresa são básicos e precisam estar em dia e à mão para quando o comprador solicitar. É importante que sejam revisados no momento de preparação de venda.

5 – Clientes

Explore ao máximo as informações de quem é, onde está e como se comporta o público que compra seu produto ou serviço. Prepare uma lista com seus principais clientes e contratos já assinados nesse sentido. Forneça dados históricos sobre eles com o comportamento de compra e de pagamento.

6 – RH

Faça um dossiê com o organograma da empresa e a lista de empregados com as datas de admissão e salários.

7 – Produtos ou Serviços

É importante ter um documento com a descrição do produto ou serviço ofertado pela empresa. Neste descritivo deve conter todas as informações inerentes ao produto, incluído os insumos necessários para a produção, a tecnologia envolvida e a lista dos preços de custo e venda.

8 – Patentes/tecnologias/propriedade intelectual

Se a empresa desenvolveu alguma tecnologia, se tem patente de algum produto ou processo ou se é detentora de alguma propriedade intelectual é muito importante que esses direitos estejam assegurados de forma legal.

9 – Valor

Depois de reunir essas informações é possível estabelecer o valor da empresa para colocá-la no mercado. É possível que o vendedor tenha um valor em mente, mas é preciso submeter o negócio a uma avaliação profissional, isso se dá no Valuation, saiba mais sobre essa ferramenta neste artigo.

Esses são alguns pontos que merecem atenção depois da tomada de decisão de vender uma empresa. Há muitos outros aspectos que precisam ser olhados, mas com esse roteiro já se tem um bom começo. É importante se ter uma assessoria profissional para guiar essa jornada de forma transparente e segura. A Valuup tem profissionais com ampla experiência em processo de Fusão e Aquisição e estão à disposição de empresas que desejam realizar bons negócios.