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Mercado externo: alerta no momento de pandemia

Como o mercado externo ajuda a reforçar o caixa das empresas

No dia 23 de maio de 2020, a Valuup realizou mais um café da manhã virtual com seus clientes. As empresas inseridas pertencem aos seguintes setores: papel e celulose, metalmecânico e equipamentos.

O setor de papel e celulose, especialmente de sacarias, tem sido favorecido na atual conjuntura, destacou Luiz Antônio Giacomassi Cavet, CFO da Cocelpa. O executivo também lembrou a importância do mercado externo no mês de abril que, entretanto, vem sentindo recentemente uma queda de demanda. Cavet ainda evidenciou a oportunidade de “travar o câmbio” nas vendas externas, mas pontuou que esse tipo de hedge já começa a ficar caro.

Para Eduardo Bach Anelli, gerente financeiro da Valmet, o mercado externo também vem representando uma oportunidade para sua empresa. Contudo, frisou que as vendas para a Argentina estão sendo feitas somente em cash advance (adiantamento do cliente) devido às dificuldades com recebimento do país vizinho.

A preocupação com a Argentina também foi lembrada pelo diretor da Mecanotécnica, Dario Beccari. Ele destacou que o volume de vendas para o setor automotivo nacional despencou 50%, se comparado com o orçado pela empresa. Porém, tem havido oportunidades no fornecimento para o setor elétrico e geração de energia. O que tem ajudado o caixa da empresa são os ACCs (Adiantamentos de Contrato de Câmbio), os quais foram destacados como importantes, no momento, pelos quatro executivos que participaram do café virtual.

Para a Reivax, empresa que produz equipamentos para usinas, os projetos não param, segundo seu diretor, Nelson Zeni. Entretanto, a dificuldade está sendo concluir as instalações dos equipamentos nas usinas porque muitas empresas de geração não permitem esse trabalho no quadro atual de pandemia, o que impede o recebimento por parte da empresa. A Reivax tem trabalhado com antecipação de recebimento para proteger seu caixa; todavia, Zeni destacou que há forte descasamento entre os ACEs/ACCs e os embarques dos seus equipamentos devido, sobretudo, às postergações de embarque por parte dos clientes.

Sobre os empregos, Anelli destacou que a Valmet propôs uma redução de jornada de trabalho para os funcionários em home office e criou um banco de horas, conforme permitido pela MP 963. Zeni comentou que a Reivax aproveitou para zerar as férias dos seus empregados.

Nesse café virtual, observamos mais uma vez o destaque dado ao mercado externo, à importância dos ACCs e do dólar, nesse atual cenário, como fonte de recursos e reforço de caixa para as empresas.

Executivos afirmam que pretendem manter os investimentos em 2020, mas crédito de instituição financeira está difícil

O café da manhã virtual com clientes da Valuup reuniu, no dia 21/05/20, diferentes setores: transporte, segurança, alimentação e suplementação animal e indústria de equipamentos do setor elétrico.

Carlos Eduardo B. de Oliveira, gerente financeiro da Pizzatolog, empresa que atua no transporte de cargas rodoviárias, destacou que o setor sofre os efeitos da cadeia econômica em que está inserido. Para a Pizzatolog, a principal queda veio da redução de transporte de produtos cosméticos e perfumaria e em decorrência do varejo de uma maneira geral. Apontou que, depois de 60 dias, houve uma baixa motivação dos funcionários para o home office.

Para o CEO Erick de Luca do grupo Security, empresa no segmento de segurança e limpeza, há duas realidades distintas no país: no interior, os negócios continuam ocorrendo; porém, nos grandes centros o temor é grande. De acordo com ele, o agro tem sido uma boa fonte de faturamento para a Security; entretanto, afirmou que a empresa vem enfrentando redução de contratos a pedido dos clientes.

Para a empresa especializada em suplementação animal, Organnact, a queda nas vendas ocorreu no mês de março, com um impacto de 40%, segundo seu gerente financeiro, Roberto Anderman Bacila. Porém, em abril, de acordo com ele, “houve uma retomada dos negócios”. A empresa vem se concentrando na redução de custos e no lançamento de novos produtos, incluindo o canal de vendas on-line. Roberto salientou que houve também um aumento expressivo das taxas de juros para antecipação de recebíveis.

Já para Alexandre Baltazar, diretor da Maxxweld, indústria de equipamentos para o setor de energia, o mercado está estável devido às obras já contratadas; todavia, apontou uma redução de 15% no faturamento. O diretor também destacou uma preocupação com relação à paralização das obras em decorrência dos impedimentos impostos pelas prefeituras.

Os executivos foram unânimes em afirmar que pretendem manter os investimentos programados em 2020. Oliveira, da Pizzatolog, ressaltou que vem se utilizando das reduções tributárias permitidas pela MP 936/20.

De Luca, da Security, lembrou-se da dificuldade de acesso ao crédito do sistema financeiro e que, diante disso, o departamento jurídico da empresa vem agindo no sentido de liberar valores para ajudar no caixa.

Outro ponto evidenciado foi a importância do caixa para este momento de crise: todos tinham caixa para passar por esse momento.

Artigo Gazeta do Povo: A Ferroeste fora dos trilhos

Um dos grandes desafios da economia brasileira é diminuir a dependência do transporte rodoviário de cargas. Atualmente, 75% do escoamento da produção é feito por caminhões. Depois 9,2% segue por vias marítimas, 5,8% é aérea e apenas 5,4% é transportado por trilhos. Os dados, que são da Fundação Dom Cabral, preocupam, na medida que grande parte dessa produção é de commodities, e deveria estar acomodada em vagões, reduzindo o custo Brasil.

Mas para que esse cenário seja invertido, é preciso investimento em infraestrutura. A possibilidade de privatização da Ferroeste é uma oportunidade de retomada em aportes em ferrovias no Paraná, e, portanto, uma boa notícia para a economia do estado. A empresa, que tem como principal acionista o Governo paranaense, não tem mais condições de manter a operação. O sucateamento é generalizado e a expectativa de investimento estatal é praticamente nula. A Ferroeste está, definitivamente, fora dos trilhos.

Além da falta de recurso, o histórico da empresa demonstra total inaptidão do Estado para tocar o negócio. Foram 12 anos de prejuízo (no acumulado, são R$115 milhões de déficit). Os equipamentos estão ultrapassados e não conseguem atender à demanda. Hoje, a Ferroeste opera com apenas 20% da sua capacidade.

O trecho é relativamente curto: 248 quilômetros de trilhos que levam a produção de Cascavel à Guarapuava. Porém, está estrategicamente posicionado em um dos principais corredores do agronegócio brasileiro, podendo ligar a produção do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e até mesmo do Paraguai, ao Oceano Atlântico. Propósito da “nova Ferroeste” que ainda não chegou nem ao projeto de viabilidade. O objetivo é construir uma estrada que vai ligar Dourados – MT à Paranaguá.

As cargas hoje são basicamente de grãos, mas há potencial para produtos industrializados e toda a produção animal que está basicamente concentrada nessa região. A grande questão agora é qual é a melhor forma de fazer o processo. Uma das grandes discussões do setor férreo é o direito de passagem, que é a liberação para que outras empresas percorram o trecho administrado pela detentora da concessão. Essa liberação colabora na concorrência do setor e na diminuição dos valores de transporte, algo urgente no Brasil. Sem esse direito de passagem, as linhas se tornam ilhas férreas, dependentes de negociações caras para terem acesso ou aos produtores ou aos Portos.

A privatização da Ferroeste é uma oportunidade para alinhar essa questão com os investidores interessados. Hoje, as cargas vindas do Oeste dependem da autorização e negociação com a concessionária Rumo, que detém a concessão do restante dos trilhos que chegam à Paranaguá. O contrário também é verdadeiro, a Rumo precisa da Ferroeste para pegar as cargas na origem. Depois de inúmeras brigas jurídicas, recentemente, as duas operadoras entraram em acordo. A cooperação já trouxe bons resultados para ambas.

Mas a grande questão é que o Estado tem urgência por investimentos em infraestrutura. Esse é o maior entrave econômico atual. Somos uma potência agropecuária que não consegue entregar sua produção com a mesma eficiência que a produz. Tomar decisões estratégicas que tragam investimento para o Estado, é, sem dúvida, uma decisão acertada.

Lucas Lautert Dezordi, é doutor em Economia, sócio da Valuup Consultoria, economista-chefe da Trivèlla M3 Investimentos e professor da Universidade Positivo.

Esse texto foi publicado originalmente na Gazeta do Povo. Confira.

Laboratórios devem aproveitar onda de investimento no setor

Redes e laboratórios de medicina diagnóstica de médio porte devem estar preparados pelo interesse de aquisição de grandes fundos de investimento. Um dos motivos é que o setor movimenta R$ 35 bilhões e ainda está descentralizado.

Há uma combinação de fatores que enche os olhos dos investidores.A primeira é que a expectativa de retomada dos postos de empregos no Brasil, significa, entre outras coisas, um aquecimento importante no mercado de plano de saúde. Outra avaliação do cenário é que a população está envelhecendo, que significa maior demanda de mercado na medicina diagnóstica.

Em 10 anos o número de pessoas com mais 65 anos será maior que a população de zero a 14 anos, dados do IBGE. A grande diferença para os laboratórios é que para os jovens o gasto anual com exames não passa de R$115,00, já para os pacientes acima de 59 anos o valor vai para R$654,00. Não é preciso aprofundar a questão para entender o interesse em investimentos nesta área.

Para aproveitar essa maré e valorizar seus negócios, os laboratórios devem estar preparados para essas demandas. Há dois caminhos: expansão própria ou preparativo para venda com bom ganho no negócio.

No primeiro caso a rede ou o laboratório deve fazer um bom planejamento e pensar no formato da expansão. Neste cenário serão preciso estudos que aprofundem o modelo de negócio e as possibilidades de crescimento.

Para a segunda opção a empresa deve preparar a casa para uma fusão ou aquisição. Saem na frente, com maior valor agregado, laboratórios que tenham uma gestão profissionalizada, um controle ajustado e um bom plano de negócio. Os estabelecimentos que mostrarem maior profissionalismo em gestão por certo alcançarão mais visibilidade e desejo nos investidores.

Investimentos em FIP pode ser uma boa alternativa em 2019

Os Fundos de Investimentos em Participações (FIP) devem se destacar como alternativa de investimento em 2019. Nossa expectativa é que eles ocupem um espaço importante no financiamento e crescimento das empresas, principalmente quando observamos de um lado, queda de rentabilidade em investimentos tradicionais, como CDBs, Fundos de Renda Fixa, etc.

Como funciona a captação

Os fundos FIPs constituem uma somatória de recursos financeiros de investidores destinado à aplicação em companhias abertas, fechadas ou sociedades limitadas, e em fase de desenvolvimento. O recurso é captado via a venda de cotas aos investidores interessados. O rendimento dos FIPs é oriundo de renda variável, vertendo retorno conforme ocorre o retorno das aplicações realizadas pelo fundo.

Via de regra os fundos FIPs exercem influência na administração das empresas investidas, seja por meio de controle de ações, pela indicação de executivos, participação em conselho deliberativo ou administrativo e acordo de acionistas.

Atualmente os fundos FIPs são sub-divididos em: a) capital semente, fundos para empresas que faturam até R$ 16 milhões/ano; b) empresas emergentes, para empresas que faturam até R$ 300 milhões/ano; c) infraestrutura, voltados para empresa de infraestrutura; e, d) multiestratégia, são fundos que admitem empresa de tamanhos e segmentos diferentes. Os FIPs multiestratégia representam 92% do total do PL, enquanto que aqueles voltados para capital semente apenas 0,2%.

Vamos olhar para os números de 2018

Em 31/12/18 o total de valores aportados nessa modalidade chegou a R$ 258.986 milhões, conforme declarado no PL (Patrimônio Líquido) dos fundos e informado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Dos R$ 258.986 milhões em PL registrado, os principais administradores, por volume de recursos, são: BRL Trust Investimentos, com 12,6% do total do PL, se considerarmos BRL Trust Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (6,7%) este valor sobe para 19,3%; Lions Trust Administradora de Recursos, com 9,5%; e Brookfield Brasil Asset Management Investimentos, com 9,4%. Mais de 82% do total do PL está concentrado nas mãos de 14 administradores. Ao todo são 72 administradores e 954 fundos, em 31/12/18. 

O crescimento

Acreditamos no aumento dos aportes por parte dos investidores, como já mencionado, e também na procura por essa modalidade de financiamento para investimentos. As fontes tradicionais estão se esgotando e ficando muito caras, como é o caso dos bancos, mesmo os bancos de desenvolvimentos não estão mais se mostrando viáveis. A abertura de participações em fundos é uma alternativa promissora para 2019 para as duas pontas da negociação.

BRA Equity

Análise de investimento e viabilidade

 

A BRA Equity investe em diversos empreendimentos imobiliários em todo o território nacional. Em 2016 recebeu aportes dos Fundos de Investimento Imobiliário  e precisava de um advisory que avaliasse seus investimentos imobiliários pelo valor justo, com o objetivo de atender aos requisitos estabelecidos pela CVM. A VALUUP, por meio da ferramenta de fluxo de caixa descontado, analisou a viabilidade de investimentos dos empreendimentos da BRA Equity e nosso trabalho contribuiu para o suporte de  registro dos valores, tanto na empresa quanto no fundo.