Posts

O lado real da crise: Fluxo de caixa

“Uma empresa não quebra por falta de lucro, ela quebra por falta de caixa.” Essa foi a afirmação de Luiz Antônio Giacomassi Cavet, CFO da Cocelpa, empresa de papel e celulose, na região de Curitiba. Cavet participou, junto com mais de uma dezena de outros empresários, do evento on-line organizado pela Valuup, que discutiu o lado real da economia em meio à crise.

Cada participante teve três minutos para falar sobre as maiores aflições neste momento de incertezas. A maioria citou o caixa como um dos principais pontos de atenção. “Nós ouvimos de muitos empresários sobre a queda abrupta no caixa da empresa. Como pagar salários? Como honrar compromissos com fornecedores? Então, questionamos se as ações do governo estão sendo suficientes. A resposta é que ainda há uma cortina de fumaça sobre essa questão,” relata Luís Gustavo Budziak, sócio da Valuup e um dos organizadores do evento.

“A realidade é que os bancos estão restringindo o crédito e criando dificuldades que teremos que vencer”, segundo Danny Berté, CEO da Perfimec. Essa também foi a opinião de Gilberto Heinzelmann, CEO da Zen, empresa de metalmecânica. “O governo fez os anúncios, mas os recursos não estão chegando na ponta, nós não temos acesso,” explica Heinzelmann.

Dario Beccari, diretor da Mecanotécnica, diz que há um grande esforço pra resolver o problema de caixa, mas que de um dia para outro os clientes deixaram de pagar os produtos que foram enviados. Reforçou que o desafio está chegando a todos os níveis.

A mesma preocupação está na WHB. Ricardo Cecy, CFO da empresa, informou que as medidas governamentais não facilitaram em nada o acesso às linhas de crédito. A empresa passa por uma recuperação judicial e avalia solicitar um novo stay period (colocar link da matéria sobre o assunto) para preservar o caixa da empresa. Cecy também falou da dificuldade das empresas que trabalham na cadeia de produção automotiva, uma vez que o setor é um dos primeiros a sofrer retração e o último a retomar as atividades em momento de crise. “Quem é que vai pensar em comprar um carro novo em um momento como esse?”, questionou o empresário.

A conclusão a que se chegou, depois de ouvir os debatedores, é de que os problemas são comuns, independente do tamanho ou setor de atuação, e de que as fontes de financiamento serão um grande entrave para a recuperação da economia. “Já sabemos onde está o problema, mas ainda não há resposta certa, nem ações efetivas por parte do governo. Nossas dúvidas agora alcançam outro nível, ainda não é possível desenhar um cenário futuro, o momento é de muita incerteza”, conclui Budziak.

Empresas terão mais opção de crédito

Empresas precisam estar preparadas para a retomada das linhas de financiamento que se inicia no país.

A liberação de crédito para as empresas, na modalidade com recursos livres, está retomando. A queda consistente das taxas de juros nos últimos anos, fazendo com que a Selic venha a operar em 5,5% ao ano, começou a forçar os principais bancos brasileiros na busca de tomadores de recursos.

Para se ter uma ideia, em setembro a concessão de crédito para PJ aumentou em 2,7% em relação ao período imediatamente anterior e 24,1% comparado com o mesmo período do ano anterior, segundo informações do Banco Central do Brasil.

Chamamos a atenção para o crescimento na ordem de 110% no crédito para aquisição de bens. Em setembro de 2018, durante o período eleitoral, os recursos liberados para esta finalidade foram de cerca de R$2,18 bilhões, sendo que após um ano o valor aumentou para R$4,57 bilhões. Neste mesmo período de comparação, o crédito para Capital de Giro com prazo de até 365 dias e acima aumentaram em 58,4% e 45,6%, respectivamente. De fato, a concessão do crédito corporativo vai sendo retomado na economia brasileira.

Para que sua empresa não deixe de aproveitar essas oportunidades, vindas do sistema financeiro nacional, entendemos que sejam necessários os seguintes pontos:

  • Estruturar um balanço contábil e demonstrativos de resultados consistentes com a operação de companhia;
  • Elaborar e analisar o fluxo de caixa mensal, para determinar as melhores modalidades de crédito a serem demandas;
  • Estudar como a concorrência bancária vem trabalhando com suas taxas de juros médias, através do seguinte deste link:
  • Estudar o potencial de seu mercado e perspectivas de crescimento.