O preço dos combustíveis foi parar nas alturas, de quem é a culpa?

Em análise, a Valuup demostrou onde estavam e quais foram os impactos dos sucessíveis aumentos nos combustíveis.

Ainda há uma grande desinformação sobre os preços dos combustíveis, muitas pessoas ainda acreditam que os grandes vilões dessa história são os postos, isso não é verdade. Em estudo aprofundado a Valuup analisou as tomadas de decisões e ações que resultaram no descontrole dos preços do setor.

Os revendedores varejistas, que estão na ponta final desse processo, também pagam o preço alto das modificações nos preços no último ano. Na análise dos economistas da Valuup foi possível elencar três fatores que interferiram diretamente para a alta elevada desde julho do ano passado: aumento da carga tributária; mudança da política de preços da Petrobrás; e os repasses das distribuidoras.

O primeiro está relacionado diretamente às alíquotas de PIS e Cofins que tiveram aumento no segundo semestre de 2017, o resultado foi a elevação imediata de R$ 0,41 na gasolina. Com esse acréscimo, aumentou também o ICMS, uma vez que o imposto incide em 29% do preço médio. Quanto mais caro o combustível mais caro é o imposto. Hoje, 45% do valor que o consumidor paga na bomba, vai para os cofres públicos por meio de impostos.

A segunda ação que desencadeou sucessivos aumentos, também no início do segundo semestre do ano passado, foi a mudança da política de preços da Petrobras. A estatal passou a alterar os valores diariamente, baseados nos preços internacionais do barril de petróleo e na variação no preço do dólar.

O gráfico a seguir descreve as constantes mudanças de preços dos combustíveis praticados pela Petrobras às distribuidoras. Tendo como base 100, a data de 03/07/2017, a política de preços fez com a gasolina subisse 50% e o diesel 37%, no período analisado. O diesel só não subiu mais, em virtude dos termos do acordo entre os caminhoneiros e o governo.

Gráfico: Evolução nos Preços dos Combustíveis Pós-Política da Petrobras: 04/07/2017 a 15/08/2018.

 

Quais são as três grandes dúvidas no cálculo de valor da empresa

Quanto maior o lucro maior o valor da empresa? A marca interfere no valor? O terreno da empresa entra na conta? Essas são as questões mais debatidas quando o assunto é Valuation. Essa é a análise do economista e sócio da VALUUP, Luís Gustavo Budziak, que especialista na área, “ao longo de anos como consultor e professor de Valuation observei que algumas perguntas são bastante comuns e geram muita curiosidade e dúvidas.” Vamos ao que interessa, as respostas:

  • LUCRO: Quanto mais lucro tem uma empresa maior o valor dela?

Não necessariamente. Uma das metodologias para determinar o valor de uma empresa é a de fluxo de caixa descontado, ou suas derivações, como fluxo de dividendos entre outras. Porém todas elas partem do pressuposto que um fluxo será projetado e descontado por uma taxa de risco ao valor presente.

Na metodologia do fluxo de caixa o que importa é o “Caixa” da empresa, ou seja, o quanto ela consegue gerar de caixa para os sócios (não confundir com a conta “Caixa” do Balanço Patrimonial), e quanto maior for este valor de caixa mais valiosa ela será. Assim, o que importa é o caixa e não o lucro.

Podemos pressupor que uma empresa com altos lucros possa gerar altos valores de caixa. Mas uma empresa que tenha uma conta alta de depreciação, por exemplo, o que afeta o lucro, mas não o caixa, pode ter um valor maior do que outra que não tenha a mesma estrutura patrimonial.

  • MARCA: No cálculo do valor da empresa, como será calculada a marca?

Outra pergunta que é feita em 100% das aulas que eu ministro. Sempre explico que há, neste ponto, diferentes interpretações e algumas metodologias que calculam o valor de uma determinada marca, muitas delas recorrendo a percepção e pesquisa com consumidores. Do ponto de vista financeiro e do fluxo de caixa descontado o valor da marca já está representado dentro do próprio fluxo.

Uso como exemplo o cálculo do valor da empresa Coca-Cola e da XPO-Cola, aí da sua cidade. O primeiro todo mundo conhece e está disposto a pagar R$ 2,00 por refrigerante, enquanto que o segundo é vendido a R$ 1,00. Você acha que o fluxo de caixa, considerando o valor maior do refrigerante Coca-Cola, será maior na Coca ou na XPO, dado que estruturas de custos são semelhante? Claro que na Coca, assim a marca, que ajuda a vender mais e justifica preços maiores, contribui diretamente para a geração de caixa futura, estando já internalizada no fluxo.

  • ATIVOS NÃO OPERACIONAIS: O valor do terreno da empresa está dentro do fluxo de caixa?

Primeiramente é preciso saber se o terreno e os demais ativos da empresa são operacionais ou não. Ativo não operacionais não geram fluxo de caixa e, portanto, devem ser excluídos no momento da projeção e, ao final, ficarão com os sócios ou serão somados ao valor por meio de avaliação a valor de mercado.

Já o terreno operacional contribui para a geração de caixa, pois reduz a despesa com aluguel e edifícios geram depreciação. Ou seja, está dentro do valor projetado. Em algumas situações o imóvel é vendido separadamente, para outro interessado. Neste caso todo o efeito deve ser anulado e o valor calculado a preço de mercado.

O que disseram os primeiros números de 2018

Observamos os primeiros resultados de 2018 (IBGE) e confirmamos a expectativa, um ano incerto e minado de influências controvérsias. Puxa de um lado, descobre do outro. O cobertor da economia brasileira é curto, não existe câmbio controlado, taxa de juro baixa para financiamentos populares e economia aquecida, tudo ao mesmo tempo é uma ilusão.

Vamos começar falando do varejo, afinal, é preciso respirar. A notícia é boa, o mês de março teve aumento de 0,3% em relação a fevereiro. Se a comparação for com 2017 vemos luz no fim do túnel, o aumento foi de 6,5%. Eletrodoméstico chegou a 11,2%, reflexo da taxa de juros reduzida e a confiança do consumidor para assumir compras programadas. Com esse cenário podemos apostar no setor varejista como líder na recuperação econômica em 2018.

No Paraná é possível observar que as regiões agrícolas foram as que tiveram melhor desempenho no varejo. Não é difícil entender a razão, a safra de verão somada ao barateamento do crédito, puxaram cidades como Londrina a ter crescimento na ordem de 4,31%. Ganham destaque as concessionárias de veículos com a fatia de 29,13% e as lojas de departamentos com 17,01%.

A indústria começou bem, mas bambeou no mês de março. O recuo no último mês do trimestre demostrou fraqueza na recuperação. A queda de 2,5% do faturamento real interrompeu a sequência de crescimento dos dois primeiros meses de 2018, foi o pior resultado dos últimos cinco meses. Mas verdade seja dita, o cenário é bem melhor que 2017, a diferença do último ano é de 6,2% para o mesmo período.

E o dólar? A alta era esperada, mas não nesta velocidade. O aumento das taxas de juros americanas somadas às políticas monetárias expansionistas do BC, que diminuiu as taxas de juros, turbinaram a moeda americana antes e mais que o esperado. E a escalada do dólar pode continuar, entenda:

Fatores externos: O FED (banco central americano) deverá elevar ainda mais as taxas de juros, impulsionados pela aceleração da inflação americana.

Fatores internos: A taxa Selic ainda menor, por volta de 6,5%; Riscos políticos e fiscais de ano eleitoral.

A soma desses fatores traz insegurança econômica e podem expulsar o capital para ambientes macroeconômicos mais seguros, o que poderá minguar o interesse por investimentos.

Não há saída? Claro que sim, as crises são também carregadas de oportunidades e necessidades de soluções que precisam ser muito bem planejadas. Diante da complexidade deste cenário temos a certeza que os negócios demandam cada vez mais estudos e aprofundamento antes das tomadas de decisão.

Estudo realizado pela Valuup consegue reduzir tarifa do OGMO do Porto de Paranaguá

Órgão reduz contribuição e devolve valores aos segmentos de cargas superavitários.

Após a revisão dos valores de custeio das ações trabalhista, o OGMO do Porto de Paranaguá, conseguiu reduzir o valor da tarifa arrecada do fundo para custear as despesas com ações trabalhistas para os próximos cinco anos. Além da contribuição menor, foram devolvidos aos segmentos de cargas superavitários 50% dos valores. A ação foi proposta pela Valuup depois dos estudos encomendados pelo órgão.

Desde 2006 o OGMO arrecada valores dos operadores portuários para fazer frente ao volumoso passivo trabalhista gerado em razão da tomada de mão de obra dos trabalhadores portuários avulsos, sendo que em 2013 a tarifa sobre o MMO (Montante de Mão de Obra) foi revertida para tonelagem.  No entanto, em razão da adoção pelo OGMO de inúmeras medidas para mitigar o passivo trabalhista, em 2018 quando da conciliação dos valores, o OGMO percebeu a necessidade revisar as tarifas arrecadadas. “Percebemos, analisando nossas planilhas, que era preciso equilibrar os valores dos segmentos de operadores portuários e resguardar a solidez do OGMO, mas pra isso precisávamos de um parecer econômico que embasasse a nova contribuição sem afetar a questão concorrencial” explica Shana Carolina Colaço Bertol, Diretora Executiva do OGMO Paranaguá.

Nesta perspectiva, o OGMO contratou a consultoria da Valuup para analisar e mostrar o melhor caminho para um fundo sustentável e justo para os operadores. “Conseguimos fazer uma análise ampla da situação e mostramos a realidade da questão, levamos em conta todas as variáveis, quando se fala em tarifa não se pode achar nada, tudo precisa ter uma explicação” explica Luís Gustavo Budziak, economista da Valuup.

“O resultado foi muito positivo, conseguimos diminuir o valor e principalmente equilibrar as tarifas com um estudo embasado na nossa realidade” conclui Bertol.

“Um dos grandes valores do nosso trabalho, nos dias de hoje, é levar conhecimento para nossos clientes, a transparência nas negociações e operações nunca foi tão valorizada neste país” ressalta Lucas Dezordi, economista da Valuup.

Como o dólar foi parar nas alturas e porque isso muda o jogo no Brasil

Havia esperança. No início de 2018 era possível traçar um caminho possível para a recuperação econômica. Mesmo com o grande ponto de interrogação, que é o ambiente político brasileiro, os números mostravam o início da escalada para dias melhores. A economia voltava, mesmo que lentamente, a crescer e tínhamos a expectativa de um câmbio controlado. Estávamos no jogo.

Era possível pensar em um PIB entre 2,5% e 3%. Os números eram embasados na recuperação da indústria, também no Agronegócio que seguia firme e forte. A retomada do emprego, mesmo que pequena, ajudava a consolidar a melhora.

Mas as variáveis eram muitas, não do setor produtivo, que estava fazendo a sua parte, mas sim das ações de governo que não chegaram. O resultado? Quando se começou a rastejar para sair do buraco, levamos uma rasteira.

Em primeiro lugar era preciso que a reforma da previdência se concretizasse. Engavetada, ela trouxe instabilidade institucional. Quem investe em um país com déficit de 10% do PIB? Sendo que a razão dívida já está na casa de 70%. Sem esse ajuste a economia poderia voltar a retroceder, porquê? O Brasil não seria um lugar confiável para se investir, o câmbio ficaria instável, real desvalorizado, preço das commodities contaminado e a instalação de um novo processo inflacionário. Penalidade máxima!

Como segundo elemento tivemos a greve dos caminhoneiros que concretizou a ineficiência do poder público para agir frente à crise. Segundo o Ministério da Fazenda o prejuízo para a economia foi de R$15,9 bilhões. Mais uma falta grave.

E aí, para ajudar, o terceiro elemento vem do hemisfério norte, os americanos resolveram apertar as coisas por lá, o FED aumentou a taxa de juros, então os títulos públicos ficaram mais atrativos. Os investidores tendem a retirar o dinheiro daqui e colocar lá. O que teremos? Dólar nas alturas e real minguado. Fim de jogo.

A soma dos três fatores coloca a recuperação econômica do Brasil sob ameaça. Será preciso que as eleições em outubro devolvam a confiança no país e que os futuros governantes entendam que as reformas são urgentes para interromper o declínio. É preciso mudar o jogo.

Projeto FAEP

A Valuup foi contratada pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), em fevereiro de 2016, para preparar e entregar um parecer econômico-financeiro sobre os impactos das perdas cambiais da indústria do açúcar aos produtores rurais de cana-de-açúcar relativas à safra 2015/16.

O CONSECANA-PARANÁ tem como objetivo principal sinalizar, mensalmente ao setor, o preço do Açúcar Total Recuperável (ATR) realizado no mês e projetado para a safra, o preço de comercialização dos produtos, o, o preço do ATR por produto e a projeção da cana básica para a safra. A coleta e análise das informações são elaborados por professores do Departamento de Economia Rural e Extensão da Universidade Federal do Paraná, segundo o convênio de cooperação técnica firmado entre FAEP/SIALPAR/SIAPAR e a Fundação da Universidade Federal do Paraná (FUNPAR).

Nosso estudo forneceu elementos econômicos e financeiros consistentes para o debate referente às propostas de mudanças na metodologia para apuração dos valores em Reais do açúcar exportação e possíveis repasses de perdas cambiais da indústria para os produtores rurais.

BRA Equity

Análise de investimento e viabilidade

 

A BRA Equity investe em diversos empreendimentos imobiliários em todo o território nacional. Em 2016 recebeu aportes dos Fundos de Investimento Imobiliário  e precisava de um advisory que avaliasse seus investimentos imobiliários pelo valor justo, com o objetivo de atender aos requisitos estabelecidos pela CVM. A VALUUP, por meio da ferramenta de fluxo de caixa descontado, analisou a viabilidade de investimentos dos empreendimentos da BRA Equity e nosso trabalho contribuiu para o suporte de  registro dos valores, tanto na empresa quanto no fundo.

Projeto Sinpacel

Em 2016, o Sinpacel – Sindicato das Indústrias de Papel e Celulose do Paraná – e a Valuup Consultoria iniciaram uma parceria com o objetivo comum de avançar nos estudos econômicos do setor e monitorar periodicamente seu desempenho a partir do desenvolvimento em conjunto do Boletim Econômico Mensal.

O maior desafio constituiu em apresentar um conjunto de informações relevantes das atividades industriais, segundo CNAE 2.0, Grupos: 171 a 174. Neste sentido, os relatórios passaram a fornecer uma visão detalhada do comércio exterior, mercado de trabalho (Caged), produção física industrial e perspectivas macroeconômica nacional.

Os associados agora poderão acompanhar o desempenho do setor com o ambiente nacional e comparar seu negócio com as referências de mercado.

O ajuste duro, mas necessário

A economia brasileira iniciou seu processo de recessão no fim de 2014. A indústria de transformação e a construção civil foram os primeiros grandes setores a registrarem esses impactos negativos, reduzindo sua produção física, nível de investimentos e emprego. Logo em seguida, as vendas no varejo desaceleraram, levando o comércio e os serviços a replicarem a dinâmica recessiva observada pela indústria.

Matéria Completa: Gazeta do Povo