Valuation como estratégia aplicada

Nem só de fusões e aquisições vive o valuation. Determinar o valor da empresa é uma ferramenta que pode ser utilizada em múltiplas situações estratégicas da empresa.

A Bentonita, empresa do setor de mineração, utilizou o estudo em um estágio de evolução da empresa. A avaliação técnica contribuiu para o rearranjo societário.

O diretor, Felipe Corbellini, destacou que o profissionalismo foi determinante para o sucesso do processo, “ficamos muito satisfeitos com o estudo, o engajamento dos consultores contribuiu muito para que tivéssemos o resultado esperado”, conta o diretor.

Outra questão apontada por Corbellini como positiva no processo foi o reconhecimento da metodologia por todas as partes interessadas. “Não tivemos questionamentos com relação aos resultados e com o formato escolhido pela Valuup, ficamos muito seguros com todos os parâmetros utilizados” declara.

O economista e sócio da Valuup, Lucas Dezordi, ressalta a importância dessa ferramenta no processo decisório e como o projeto colaborou com a empresa. “A Bentonita entendeu que o valuation poderia ser utilizado como uma ferramenta estratégica de gestão baseada em valor. E, com isso, os gestores puderam ampliar sua visão do negócio e enfrentar melhor seus desafios” complementa Dezordi.

Um dos diferenciais também destacados pela Bentonita foi o prazo de entrega. “O trabalho foi entregue na data combinada, isso nos dias de hoje se tornou um diferencial, ficamos muito satisfeitos com o comprometimento de toda a equipe da Valuup”, enfatiza Corbellini.

Quais são as três grandes dúvidas no cálculo de valor da empresa

Quanto maior o lucro maior o valor da empresa? A marca interfere no valor? O terreno da empresa entra na conta? Essas são as questões mais debatidas quando o assunto é Valuation. Essa é a análise do economista e sócio da VALUUP, Luís Gustavo Budziak, que especialista na área, “ao longo de anos como consultor e professor de Valuation observei que algumas perguntas são bastante comuns e geram muita curiosidade e dúvidas.” Vamos ao que interessa, as respostas:

  • LUCRO: Quanto mais lucro tem uma empresa maior o valor dela?

Não necessariamente. Uma das metodologias para determinar o valor de uma empresa é a de fluxo de caixa descontado, ou suas derivações, como fluxo de dividendos entre outras. Porém todas elas partem do pressuposto que um fluxo será projetado e descontado por uma taxa de risco ao valor presente.

Na metodologia do fluxo de caixa o que importa é o “Caixa” da empresa, ou seja, o quanto ela consegue gerar de caixa para os sócios (não confundir com a conta “Caixa” do Balanço Patrimonial), e quanto maior for este valor de caixa mais valiosa ela será. Assim, o que importa é o caixa e não o lucro.

Podemos pressupor que uma empresa com altos lucros possa gerar altos valores de caixa. Mas uma empresa que tenha uma conta alta de depreciação, por exemplo, o que afeta o lucro, mas não o caixa, pode ter um valor maior do que outra que não tenha a mesma estrutura patrimonial.

  • MARCA: No cálculo do valor da empresa, como será calculada a marca?

Outra pergunta que é feita em 100% das aulas que eu ministro. Sempre explico que há, neste ponto, diferentes interpretações e algumas metodologias que calculam o valor de uma determinada marca, muitas delas recorrendo a percepção e pesquisa com consumidores. Do ponto de vista financeiro e do fluxo de caixa descontado o valor da marca já está representado dentro do próprio fluxo.

Uso como exemplo o cálculo do valor da empresa Coca-Cola e da XPO-Cola, aí da sua cidade. O primeiro todo mundo conhece e está disposto a pagar R$ 2,00 por refrigerante, enquanto que o segundo é vendido a R$ 1,00. Você acha que o fluxo de caixa, considerando o valor maior do refrigerante Coca-Cola, será maior na Coca ou na XPO, dado que estruturas de custos são semelhante? Claro que na Coca, assim a marca, que ajuda a vender mais e justifica preços maiores, contribui diretamente para a geração de caixa futura, estando já internalizada no fluxo.

  • ATIVOS NÃO OPERACIONAIS: O valor do terreno da empresa está dentro do fluxo de caixa?

Primeiramente é preciso saber se o terreno e os demais ativos da empresa são operacionais ou não. Ativo não operacionais não geram fluxo de caixa e, portanto, devem ser excluídos no momento da projeção e, ao final, ficarão com os sócios ou serão somados ao valor por meio de avaliação a valor de mercado.

Já o terreno operacional contribui para a geração de caixa, pois reduz a despesa com aluguel e edifícios geram depreciação. Ou seja, está dentro do valor projetado. Em algumas situações o imóvel é vendido separadamente, para outro interessado. Neste caso todo o efeito deve ser anulado e o valor calculado a preço de mercado.