Múltiplos no setor hospitalar: quanto vale um leito?

Transações comparáveis podem ajudar na avaliação de ativos.

Os múltiplos são indicadores padronizados dos valores das empresas. São utilizados para avaliar a empresa por meio de outras comparáveis e para identificar companhias subavaliadas ou superavaliadas. Trata-se de um método bastante prático e rápido, porém pode esconder algumas armadilhas.

Cabe destacar que, só podemos comparar o valor de uma empresa (Valor da Firma ou Firm Value), antes do efeito da dívida, com indicadores operacionais como: EBITDA, EBIT ou mesmo o faturamento. Por outro lado, o valor remanescente para os sócios (Valor dos Sócios ou Equity Value) deve ser comparado com indicadores que reflitam a posição societária, tais como: preço ou valor da cota por PL (Patrimônio Líquido), preço sobre lucro líquido ou preço sobre fluxo de caixa do acionista.

Outro múltiplo bastante utilizado refere-se a variáveis específicas de um determinado setor: o setor de educação utiliza o valor por aluno em graduação; o setor de geração de energia utiliza valor por MWh; e o setor hospitalar toma como base o valor do leito.

Vantagens:

  • Simplicidade
  •  Rapidez na precificação
  •  Necessidade de poucas informações

Desvantagens:

  • Diferença nos fundamentos das empresas comparáveis
  • Qualidade das informações financeiras
  • Especificidades de cada transação (empresa, linha de negócio, carteira de clientes, ativos imobilizados, etc.)
  • Efeito manada (todo o setor pode estar superavaliado ou subavaliado)

O levantamento feito pela XVI Finance (ver site: https://xvifinance.com.br/qual-valor-de-um-hospital/) analisou 23 operações de compra de hospitais no período de 2015/2020. O valor médio do leito hospitalar, sem considerar a inflação do período, foi de R$ 1.184 mil por leito.

Fonte:
https://xvifinance.com.br/qual-valor-de-um-hospital/
http://cnes2.datasus.gov.br/

A partir da tabela acima, propusemos uma análise de regressão para compreender se o valor de um hospital é influenciado pelo número de leitos de UTI. Como resultado, obtivemos a seguinte equação:

Regressão Simples: lnY= α+ βlnUTI

  • Valor leito = lnY=6,01828+0,256990 lnUTI

Nossos estudos demonstraram que 10% a mais de UTIs em um hospital representa um acréscimo do valor do leito de 2,5%. Aplicando a fórmula, com por exemplo 30 UTIs, obtivemos um valor de R$ 984 mil por leito no período analisado.

Portanto, neste exemplo, ao multiplicarmos o valor de R$ 984 mil pelo número de leitos do hospital, teremos o valor do hospital por meio de análise de transações comparáveis. Esse setor vem sofrendo forte consolidação ao longo dos últimos anos.

A marca no fluxo de caixa descontado (Valuation)

Durante esses anos de reuniões, quando uma empresa se interessa ou tem a necessidade de realizar um estudo de valor (valuation), a partir da metodologia do fluxo de caixa descontado, a pergunta mais frequente que escutamos é: “E a minha marca? Quanto vale?”. E a resposta sempre é: “O fluxo de caixa descontado consegue captar o valor da sua marca.”

O empresário que tem a sua história pessoal e, muitas vezes familiar, confundida com a história da empresa, sabe do sangue e lágrimas derramados para chegar aonde chegou; porém, não percebe que a valoração da marca está em constante mutação.

A metodologia de avaliação de marca (Brand Value) tem três abordagens para valoração de uma marca, entre elas:

1. ABORDAGEM BASEADA EM CUSTOS: principalmente preocupada com o custo na criação ou substituição da marca. Por exemplo:

a) Custo acumulado ou método de custo histórico;

b) Método de custo de substituição.

2. ABORDAGEM BASEADA NO MERCADO: lida com o valor em que uma marca é vendida e está relacionada ao valor mais alto que um “comprador e vendedor participantes do mercado” estão dispostos a pagar por um ativo. Exemplos:

a) Abordagem comparável ou o método de comparação de venda de marca;

b) Método residual.

3. ABORDAGEM BASEADA EM RENDA: trata da valorização dos lucros líquidos futuros diretamente atribuíveis à marca para determinar o valor desta em seu uso atual. Exemplificando:

a) Método de royalties;

b) Fluxo de caixa descontado.

David A. Aaker e Aswath Damodaran, referências no tema, apresentam o fluxo de caixa descontado para valoração de marca também. Nas entrelinhas das projeções do valuation, a marca está implícita.

O exemplo clássico que apresentamos é considerando o preço ou ticket médio em relação a concorrentes diretos com marcas menos prestigiadas. A melhor visualização é imaginando por que a Coca-Cola pode cobrar um preço superior aos demais refrigerantes cola de similar qualidade, conforme demonstrado no gráfico a seguir:

De maneira simplificada, a diferença entre o preço que a Coca e os outros similares e sucedâneos cobram é a marca.

Logo, quando realizadas as projeções para a construção de um valuation com a metodologia do fluxo de caixa descontado, esta só é sustentada, alcança determinado volume de vendas, ticket médio, market share e custos e despesas por conta da marca. Ou seja, valor da empresa encontrado tem nele o valor da marca.

Valor de Sinergia

O Valor de Sinergia em processo de M&A

Entre as diversas metodologias existentes para se realizar o Valuation de uma empresa, a que atualmente é a mais completa e aceita pelo mercado é o método de fluxo de caixa descontado, devido à abrangência de variáveis que essa técnica contempla, mitigando as possíveis incertezas que fazem parte do estudo de Valuation.

Dentre essas variáveis, podemos citar o efeito do valor de controle bem como o do valor de sinergia, comum em processos de fusão e aquisição de empresas, que acaba gerando criação de valor para o acionista quando ocorre. 

Neste artigo focaremos no valor de sinergia e suas principais características.

Inicialmente, é necessário definir o conceito de sinergia. De acordo com o dicionário da Oxford Languages, é a “coesão dos membros de um grupo ou coletividade em prol de um objetivo comum”. Ainda, o mesmo dicionário traz a definição da palavra aplicada ao mundo dos negócios: “ação conjunta de empresas, visando obter um desempenho melhor do que aquele demonstrado isoladamente”. Dessa maneira, o termo sinergia, quando praticado no meio empresarial, refere-se a benefícios que duas ou mais companhias conseguiriam ter em conjunto caso ocorresse a união delas.

Tendo o conceito em mente, conseguimos então pensar diversas situações em que ocorre sinergia entre duas empresas: no caso de dois concorrentes se unindo para ganhar mercado; um parque fabril sendo utilizado por duas empresas diferentes para redução de custos; ou então dois clientes que se unem para negociar preços melhores com um determinado fornecedor.

Em uma operação, conseguimos segregar a sinergia em operacional e em financeira. A primeira diz respeito aos casos já citados no texto, que incluem, por exemplo, economia de escala, maior crescimento em mercados novos ou existentes e maior poder de precificação. Já a segunda se refere ao aproveitamento estritamente financeiro, como benefícios fiscais, capacidade de endividamento, ou o fato de a rentabilidade de uma conseguir suportar um investimento maior em outra.

Quando avaliamos empresas em que seja identificável a ocorrência de sinergia decorrente de sua aquisição, fusão ou qualquer outro arranjo societário, é de fundamental importância a sua valoração para que a tomada de decisão na negociação seja realizada de maneira consciente e embasada em premissas pautáveis. Portanto, é imprescindível o estudo de caso de maneira individualizada de cada operação para que sejam identificadas as sinergias provenientes, como o aumento das margens de lucros, a entrada facilitada em novos mercados etc. bem como o momento a partir do qual esse benefício refletirá nos fluxos de caixa das duas empresas em conjunto.

Para conseguirmos então distinguir o valor da operação que será resultante da sinergia, é realizado o Valuation da empresa-alvo de maneira separada, antes do processo de fusão/aquisição (taxas distintas de crescimento, de desconto etc.) e, na sequência, é desenvolvido o Valuation da empresa resultante já considerando o impacto da operação no fluxo de caixa.

Em estudos de sinergia, alguns cuidados devem ser tomados para que o valor justo reflita a realidade. As sinergias geradas devem ser projetadas com um certo grau de conservadorismo, pois é comum que se extrapole no otimismo. Outros cuidados que precisam ser tomados dizem respeito: ao custo de capital das operações, que deve ser realizado antes e depois da empresa resultante; ao acúmulo de caixa, que deve ocorrer sempre na empresa resultante e não na empresa alvo; e a não utilização de uma taxa livre de risco para descontar os fluxos da sinergia visto que fluxos provenientes de sinergia sempre possuem um risco maior.

A Valuup Consultoria é especializada em Valuation e no estudo de valor de controle e sinergias gerados em processo de M&A. Entre em contato para aprofundar o assunto e falar dos desafios da sua empresa.

A nova política monetária do Fed e seus impactos no Valuation

A Lei Humphrey-Hawkins, aprovada pelo Congresso dos EUA, em 1978, determinou os objetivos do Fed (BC dos EUA): a busca do máximo emprego com preços estáveis e taxas de juros de longo prazo moderadas. Historicamente, o Fed persegue uma meta de inflação de 2% ao ano, alinhada com uma taxa de desemprego natural, a qual não tende a pressionar o nível geral de preços. É a famosa curva de Phillips expandida pelas expectativas racionais. Entretanto, na quinta-feira, dia 27 de agosto, durante o Simpósio Econômico de Jackson Hole, o presidente do Fed, Jerome Powell, anunciou uma nova estratégia de política monetária, definindo uma meta de inflação média de 2% ao longo do tempo. Atualmente a economia dos EUA não está alinhada a esse objetivo. Conforme o gráfico a seguir, nos últimos dez anos, a inflação média do CPI foi de 1,74% anualizada. Como consequência, a autoridade monetária estará inclinada a aceitar um processo inflacionário mais intenso no curto prazo, pois o comportamento mais forte dos preços ajudaria no realinhamento das expectativas inflacionárias de longo prazo mais perto de 2,0%.

Fonte: BLS
Nota: CPI para todos os consumidores urbanos, todos os itens (CPI-U).

Como resposta à crise financeira internacional de 2008-2009, o Fed implementou políticas monetárias mais flexíveis com forte expansão de liquidez. Durante a recuperação da crise, a economia passou a registrar processos inflacionários mais intensos a partir de 2011, mas foi um período curto. A economia logo voltou a operar com taxas de inflação abaixo de 2%. Seguindo essa lógica, a adoção de políticas monetárias mais expansionistas para combater os efeitos recessivos decorrentes da pandemia e do isolamento social pode pressionar a inflação norte-americana e mundial no curto prazo. No entanto, no longo prazo, a economia poderá se ajustar com avanço de produtividade, mudança nos contratos dos mercados de trabalho, entre outros, o que poderá contribuir para uma desinflação. É nesse novo cenário de mudanças institucionais e avanços tecnológicos que o BC americano entende que a taxa de juros poderá ficar em um nível suficientemente baixo por um longo período e deixar a economia “rodar” no curto prazo com um processo inflacionário mais forte.

Contudo, há dúvidas em relação à condução da política monetária norte-americana. A primeira delas diz respeito sobre qual média de inflação o Fed vai perseguir. Ainda não está claro se, para o cálculo dessa média, serão dez, cinco ou três anos, por exemplo. A segunda questão refere-se ao comportamento do mercado de trabalho. Qual taxa de desemprego a autoridade monetária considera saudável para o funcionamento da economia? Pode-se trabalhar com uma taxa de desemprego natural específica ou deve-se focar a análise em vários indicadores do mercado de trabalho?

O fato é que uma política monetária focada na manutenção de uma taxa de juros baixa, por um longo período, inundará o mercado financeiro internacional de liquidez. Os impactos positivos sobre as empresas brasileiras estarão expressos em taxa de juros livre de risco menor. Com isso, os fluxos projetados ao longo do tempo, em um estudo de valuation, por exemplo, serão descontados a uma taxa menor. O valor das empresas tende a subir e os investidores terão maior apetite por ativos de risco. Nesse sentido, entende-se que os novos estudos de valor devem incorporar esse cenário para o processo de precificação dos ativos em operação.

Enterprise Value x Equity Value – Qual a diferença? Quanto vale a minha empresa?

Dentre as diversas metodologias para se avaliar uma empresa (valuation), uma das mais aceitas pelo mercado é a do fluxo de caixa descontado – como já abordado no artigo O que é Valuation?

O fluxo de caixa descontado é uma estimativa daquilo que sua empresa poderá produzir ao longo dos anos, descontado por uma taxa que reflita os riscos do negócio – levando em consideração os riscos macroeconômicos, de mercado, setoriais e de estrutura de capital da empresa avaliada – para então trazer ao valor presente.

Para fins de avaliação de empresa, considera-se o fluxo de caixa para os investidores que, em outras palavras, seria o mesmo fluxo de caixa do negócio, pois ele é financiado pelos investidores. Portanto, quando se realiza o desconto desse fluxo, obtém-se o valor da operação (Enterprise Value, Valor da Firma, Firm Value, entre outras nomenclaturas).

Normalmente, quem adquire o negócio também assume, por consequência, a responsabilidade pelo pagamento do passivo oneroso que está financiando a empresa, tais como empréstimos e financiamentos. Esse saldo também é chamado comoparcela dos credores.

Nesse cálculo, também são considerados todos os ativos excedentes da operação que farão parte da negociação. Como exemplo, pode ser citada a parcela do excesso de caixa disponível que não será utilizado como capital de giro, ou então o excesso de estoque que a empresa possui e que não será comercializado no decorrer da operação. Esses ajustes, por vezes, confundem os empresários que não estão familiarizados com o método de fluxo de caixa descontado, pois há o questionamento sobre em que momento ocorre o ajuste de valores do ativo, como o saldo de estoque, imobilizados, entre outros. Porém, todos os ativos registrados no balanço da empresa são inerentes à operação e essenciais para a geração de caixa; logo, o valor da operação já engloba esses ativos, bem como suas sinergias (ativos intangíveis como: marcas, patentes etc.) Na maioria dos casos, o valor da operação é superior à soma dos ativos da empresa; no entanto, quando ocorre o contrário, é um indício de que os ativos não estão sendo bem empregados e não estão gerando o retorno esperado. Essa é uma situação em que se pode citar o valuation como ferramenta de gestão, pois há evidências de que é necessária uma reestruturação – ou então a liquidação dos ativos seria mais prudente do que a continuidade da empresa.

Sendo assim, quando se exclui a parcela dos credores, que é o desconto da dívida financeira e dos ajustes dos ativos excedentes à operação,  encontra-se a parcela dos acionistas, também chamada de Equity Value, que nada mais é do que a diferença do Enterprise Value e a Dívida Líquida da empresa.

Dessa maneira, o valor a ser negociado para que se assuma o controle da operação deve ser o encontrado no cálculo do Equity, pois se assumiriam, além do fluxo de caixa futuro, as dívidas e os excedentes de caixa.

A Valuup Consultoria é especializada em valuation e pode ajudá-lo no entendimento do seu negócio. Entre em contato para aprofundar o assunto e falar dos desafios da sua empresa.

Valor de Controle

Como a troca de gestão pode gerar valor para uma empresa e como é calculado o valor de controle

Entre as diversas metodologias existentes para se realizar o Valuation de uma empresa, a que atualmente é a mais completa e aceita pelo mercado é o método de fluxo de caixa descontado, devido à abrangência de variáveis que essa técnica contempla, mitigando as possíveis incertezas que fazem parte do estudo de Valuation.

Uma das variáveis a serem consideradas é o valor de controle de uma empresa. Imaginemos a seguinte situação: duas empresas do mesmo setor com projeções semelhantes de faturamento, custos, despesas, estrutura de capital e de todos os outros fatores que interfiram no fluxo de caixa projetado das companhias. Porém, uma consegue captar recursos de terceiros a uma taxa condizente com o mercado enquanto a outra financia sua operação com taxas acima do valor praticado no mercado. No caso dessa segunda empresa citada, o custo da dívida é mais alto do que deveria ser, dada a sua capacidade de geração de lucro quando comparada com seus pares de mercado. Como consequência,o fluxo de caixa dessa empresa será descontado por uma taxa maior, diminuindo assim o seu valor.

Agora, consideremos que a primeira empresa incorpore a segunda e, em seguida, implante sua expertise de gestão na companhia. A partir dessa ação, podemos considerar que as características operacionais, econômicas e financeiras dessa segunda empresa tendem a se alinhar com as características da empresa que a adquiriu e, nesse alinhamento, o custo de capital de terceiros se ajusta próximo ao praticado pelo adquirente.

Esse é um caso clássico de como o controle de uma empresa pode interferir em seu Valuation. A administração de uma empresa tem influência no valor dela. Para mensurar o valor do controle, calcula-se o valor da empresa com a administração vigente para chegar ao valor de status quo. Nessa fase se identificam as manifestações que são indícios de ineficiências na administração vigente, como no caso aqui apresentado, o alto custo de capital de terceiros adotado pela administração da segunda empresa. Depois, faz-se um novo cálculo com uma hipotética administração ótima, para estimar assim o valor ótimo.

A diferença entre os valores ótimos e os de status quo pode ser considerada como o valor (prêmio) pelo controle do negócio. Para finalizar o cálculo do controle, também é atribuída a probabilidade de mudança administrativa na continuidade da operação.

A Valuup Consultoria é especializada em Valuation e no estudo de valor de controle e sinergias gerados em processo de M&A. Entre em contato para aprofundar o assunto e falar dos desafios da sua empresa.

Como os ativos intangíveis alteram o valuation de uma empresa

Selecionamos 8 itens que podem alterar o valor de um negócio e que não podem ser contabilizados de forma simples.

Avaliar uma empresa é uma arte que exige sofisticação. A medida que o valor é percebido de forma diferente é preciso calibrar o peso desses diferenciais no momento do cálculo.  

Entender os valores dos ativos tangíveis é uma prática comum e de menor dificuldade. Existe uma série de ferramentas e metodologias disponíveis e no fim das contas (literalmente) eles são mensuráveis monetariamente.

Mas quando se entra no universo dos ativos intangíveis a conversa sobe o nível e a complexidade se eleva a potencias maiores. Ao longo dos anos esse cálculo vem se tornando uma parte importante, senão a de maior peso, para uma série de empresas e mensurá-lo é hoje um dos maiores desafios do valuation.

Vamos abordar oito pontos em que essas informações precisam ser levadas em consideração, mas calculá-las não se aplica em uma matemática simples: 

1.     Propriedade intelectual: ativos relacionados a criação, patentes, direitos e marcas, ou ainda segredos industriais;

2.     Direitos B2B: basicamente royalties e direitos ou acordo de licença;

3.     Marca: valores relacionados a percepção do consumidor e do mercado;

4.     Intangíveis registráveis: tais como goodwill na aquisição e licenças de software;

5.     Dados: banco de dados, como lista de clientes, por exemplo;

6.     Direitos de não competição: acordos de não competição, que visam preservas receitas;

7.     Relacionamento: valores associados as redes de pessoas e da empresa;

8.     Direitos públicos: direitos de uso, exploração ou permissão de certa atividade ou operação

Todos esses cenários, em algumas empresas, são o bem de maior valor, que mais contribui para a geração de receita. Essa realidade foi comprovada na pesquisa da Brand Finance (2019). Segundo o levantamento 95% dos investidores sêniores concordam que os ativos intangíveis contribuem para o modelo de negócio e objetivos futuros da empresa; outros 88% dos entrevistados concordam que os modelos tradicionais de avaliação, como o fluxo de caixa descontado, não conseguem mensurar os ativos intangíveis. E para 59% dos investidores os ativos intangíveis estão tomando maior significância na hora de decidir investir. 

Avaliar os ativos intangíveis vem tomando um espaço cada vez mais importante na avaliação das empresas. Das 20 empresas mais valiosas no mundo, em 18 o valor dos intangíveis representa mais de 80% do valor da empresa: na Microsoft (mais valiosa) o intangível representa 90% do valor da empresa, na Amazon, 93%; em algumas como: Johnson & Jonhson, Procter & Gamble e Novartis, o valor supera 100%.

A verdade é que essa tendência não terá retorno, será preciso aprofundamento e estudo para se chegar cada vez mais perto da precisão destes valores. O mercado exige a capacitação de profissionais e disposição para desvendar cada empresa e suas particularidades na hora do cálculo.

Cada cenário será construído de forma customizada, não bastará aplicar uma ferramenta padrão para se chegar em um valuation justo.

A Valuup possui profissionais capacitados e dispostos a esses desafios.

4 fatores importantes sobre Valuation em Startups

Saber quanto vale o seu negócio, essa é uma das informações mais cobiçadas quando o assunto é startups. Esse valor é importante e estratégico para todos os atores desse ecossistema: 1 – Empreendedores querem saber quanto vale seu projeto; 2- Investidores precisam avaliar o risco de investimento, e um Valuation pode ajudar muito na hora da decisão.

Antes de entender alguns pontos importantes é preciso saber o que é um Valuation, de forma simplificada é uma metodologia que determina o valor de um ativo ou de uma empresa. Você vai encontrar mais informações neste artigo.

Mas neste conteúdo vamos abordar quatro pontos que precisam ser analisados dentro deste processo e até mesmo antes dele. É muito importante que todos os envolvidos entendam esses conceitos para entender o seu resultado.

1 – Premissas

As premissas precisam ser entendidas antes do cálculo do valor da empresa. Neste momento é preciso fazer uma leitura ampliada do universo em que o negócio está inserido. Qual é o mercado? Quais as expectativas de crescimento? Está se falando de um produto novo? É possível avaliar a necessidade que o produto irá suprir?

É nesse ponto que se pondera os caminhos que a economia, ou um setor específico, estão percorrendo. É preciso analisar:

  1. Aspectos sociais – há algum apelo social para o negócio, ou irá enfrentar alguma barreira cultural?
  2. Aspectos tecnológicos – existe tecnologia envolvida? É uma inovação de difícil aplicação? É uma tecnologia que será facilmente ultrapassada? Existe patente no processo tecnológico?
  3. Aspectos públicos – O produto se relaciona com governo ou depende de políticas públicas?
  4. Aspectos legais – há alguma barreira legal?
  5. Aspectos econômicos – Quais as condições econômicas do ambiente de atuação da empresa?

A próxima avaliação está no ambiente operacional, é preciso avaliar as premissas que envolvem a operação da empresa:

  1. Fornecedor – a empresa tem fácil ou difícil acesso aos fornecedores? A empresa depende muito ou pouco do fornecimento de insumos?
  2. Concorrência – qual o nível de concorrência do negócio? Quantos são, onde estão e quais os diferenciais em relação à concorrência
  3. Clientes – Quem são, onde estão, qual o acesso da empresa à eles? Qual o poder de compra?
  4. Componente internacional –
  5. Mão-de-obra – Qual a dependência do negócio com relação à mão-de-obra? Ela é qualificada ou não? Tem baixo ou alto custo?

Por último se analisa a organização em seu ambiente interno:

  1. Organizacional – como está organizada a empresa com relação à governança – quem faz o que.
  2. Financeiro – há um controle financeiro, como estão os números?
  3. Marketing – há um planejamento de Marketing? Está sendo eficiente?
  4. Pessoal – como está o quadro de funcionários com relação à custo benefício.
  5. Produção – A empresa está conseguindo entregar o que promete?

2 – Comportamento histórico

Outro componente muito importante no momento da avaliação de uma empresa é como ela se comportou até o momento. O Valuation analisa dados passados para entender que tipo de comportamento tem o negócio.

3 – Taxa de desconto

O terceiro ítem, e o de mais difícil compreensão, é a taxa de desconto. Essa taxa é determinada para saber qual a projeção futura da empresa. A taxa de desconto mede o risco do negócio. Quanto maior for o risco analisado nas premissas, maior será a taxa e maior o risco de se investir nesta empresa.

4 – Projeção do Fluxo de Caixa

 E para finalizar é importante entender a importância do fluxo de caixa para o cálculo do Valuation. E a Projeção do Fluxo de caixa que leva a empresa para o futuro para entender seu valor presente.

5 momentos para se fazer um Valuation

Quando a análise do valor da empresa (Valuation) colabora na assertividade da tomada de decisão.

A avaliação do valor de uma empresa (Valuation) é um processo determinante na gestão. Saber quanto vale o negócio e qual a posição no mercado pode determinar o futuro da empresa.

Abordamos o que é um Valuation neste artigo. Mas é preciso entender que a metodologia diz respeito a uma estimativa futura, por tanto não se trata de uma ciência exata. Há várias formas de se calcular o valor, a mais comum é o fluxo de caixa descontado.

A estratégia de definição de valor é utilizada em muitas situações, aqui vamos falar sobre cinco momentos em que o Valuation se torna uma ferramenta determinante.

  1. Compra ou venda de cotas
  2. Solução de conflitos societários
  3. Precificação de ações
  4. Captação de recursos
  5. Valorização de cotas de fundos

Compra ou venda de Cotas

Quando se compra, vende ou ainda há a fusão entre empresas é essencial que se saiba o valor justo da negociação. Nessas transações é determinante que se balize os valores de compra e venda ou de cotas entre sócios com um Valuation.

Nestes casos, não há espaço para achismos, por isso é preciso muita cautela e profissionalismo na hora do cálculo.

Por isso as aplicações mais comuns dessa ferramenta são nas fusões e aquisições. Nesse processo não há como se abster dessa análise.

Solução de conflitos societários

Quando um dos sócios decide sair da sociedade precisa ter o valor real da sua cota no negócio. O Valuation determina quanto vale o percentual de cada sócio no momento da saída e dissolução daquele cenário societário.

Quando não há entendimento entre as partes é comum que o Valuation seja aplicado pelas partes para que se faça o comparativo de valores.

Destacamos que a avaliação de valor da empresa não é uma ciência exata, há algumas variáveis sobre a expectativa de valor futuro que pode ser entendida de formas diferentes. Por isso quanto mais detalhado e quanto mais fatores forem levados em consideração, mais próximo se estará da realização do valor estipulado pela ferramenta.

Neste caso a Valuation é utilizado nos processos judiciais e extrajudiciais.

Precificação de ações

O Valuation das empresas de capital aberto determina o valor de cada ação emitida, que somadas devem resultar no valor total da empresa.

Por isso, a precisão de um bom Valuation impactam diretamente no mercado de ações. Quanto mais informações se tem da empresa e mais amplo for o olhar sobre o mercado, mais próximo se estará da realidade.

Captação de Recurso

Neste caso o Valuation busca a estrutura ótima de capital, isto é, quanto de dinheiro a empresa pode, ou deve, tomar emprestado e manter a saúde financeira.

Ao contrário do que muitos pensam, existem dívidas boas. Quando ela é planejada e baseada em um Valuation consistente, o dinheiro de terceiros colabora diretamente para o crescimento do negócio.

Em alguns casos, dívidas estratégicas e fundamentadas podem, inclusive, aumentar o valor da empresa.

Valorização de cotas de fundos

Fundos regulamentados pela CVM (FII, FDIC, FIP) devem prestar contas regularmente aos seus cotistas, bem como às instituições reguladoras.

O Valuation é utilizado para determinar os fluxos dos investimentos desses fundos e a marcação das cotas a valor de mercado.

Qual é o seu momento?

A Valuup está à disposição para qualquer um desses cenários. Vamos estudar e entender qual é melhor estratégia para agregar valor à sua empresa.

O que é Valuation?

Quais os aspectos que precisam ser considerados para determinar o valor de uma empresa.

Uma pergunta pertinente a qualquer empresário é: quanto vale o seu negócio? Uma das maneiras de se chegar a essa resposta é lançar mão da ferramenta chamada Valuation.

O Valuation é um conjunto de métodos financeiros que são usados para estimar o valor real de uma empresa ou de um ativo.

O cálculo considera inúmeras variáveis e diferentes interpretações dos avaliadores que acarretam em valores dispares, não havendo uma resposta definitiva e única.

Essa metodologia entra em cena em momentos muito específicos e, na maioria das vezes, bastante sensíveis da empresa. A fusão e aquisição, a saída ou entrada de sócios, na análise da captação de recursos e na precificação de ações são alguns exemplos em que o Valuation é utilizado.

Podemos simplificar o processo na seguinte afirmação: Valuation é processo de determinação de um valor. Esse valor vai muito além do estoque, ativos e passivos. Muitas vezes é algo intangível que precisa ser considerado na hora do cálculo.

Podemos concluir que o valor que o mercado credita a sua empresa é proporcional a capacidade de geração de caixa futuro.

Existem várias formas de se fazer o cálculo, no entanto, a Valuup Consultoria acredita que a mais próxima da realidade é a metodologia de Fluxo de Caixa Descontado.

Entenda o conceito que envolve essa técnica:

Fluxo de Caixa Descontado

Esse é o método mais utilizado para o cálculo de Valuation. Ele projeta os fluxos futuros de caixa da empresa aplicando um desconto.

Logo, o Fluxo de Caixa Descontado, é uma estimativa daquilo que sua empresa poderá produzir ao longo dos anos, descontado por uma taxa que reflita os riscos do negócio, para então trazer ao valor presente.

O fluxo de caixa compreende três elementos fundamentais:

  1. Estimativa de fluxo de caixa: se leva em conta o faturamento e os custos da empresa em um determinado período.
  2. Taxa de desconto: é o prêmio pelo risco do negócio a qual leva em consideração os riscos macroeconômicos, de mercado, setoriais e de estrutura de capital da empresa avaliada.
  3. Valor residual: é aquele advindo do fluxo de caixa da perpetuidade o qual representa a continuidade das operações da empresa no longo prazo.

É um fato que esses cálculos não podem ser feitos de forma superficial. O detalhamento e aprofundamento dessas variáveis é que trarão maior precisão no resultado da análise. Por isso, a escolha de profissionais capacitados e preparados também é um dos principais fatores de um bom Valuation.

As vantagens do Valuation

Saber o valor da sua empresa pode, em primeiro lugar, tornar seu negócio mais competitivo. Explicamos porque:

  • Tomada de decisão estratégica: saber quanto vale o seu negócio.
  • Saber o que valoriza a empresa – com esse estudo os gestores podem identificar seus pontos fortes e potencializá-los.
  • O que deprecia o negócio – entender os pontos fracos e assim trabalhar para mitigá-los.
  • Saber quando e onde investir – saber se um investimento agrega ou deprecia a sua empresa.
  • Entender a estrutura de capital – saber quanto de capital próprio e de terceiros equilibram seu negócio.
  • Determinar se o retorno é maior que a taxa de risco – fazer com que o seu ROIC se torne maior que o WACC.
  • Saber o seu tamanho – entender qual é a sua posição no mercado será uma informação estratégica na tomada de decisão.

Conclusão

O cálculo do Valuation não está restrito às grandes corporações. A metodologia pode, e deve, ser aplicada para qualquer empresa que busque uma gestão profissional. Um dos maiores benefícios para os gestores é a extinção do achismo e a tomada de decisão com embasamento técnico.

A Valuup Consultoria é especializada em Valuation, entre em contato para aprofundar o assunto e falar dos desafios da sua empresa.