Estudo realizado pela Valuup consegue reduzir tarifa do OGMO do Porto de Paranaguá

Órgão reduz contribuição e devolve valores aos segmentos de cargas superavitários.

Após a revisão dos valores de custeio das ações trabalhista, o OGMO do Porto de Paranaguá, conseguiu reduzir o valor da tarifa arrecada do fundo para custear as despesas com ações trabalhistas para os próximos cinco anos. Além da contribuição menor, foram devolvidos aos segmentos de cargas superavitários 50% dos valores. A ação foi proposta pela Valuup depois dos estudos encomendados pelo órgão.

Desde 2006 o OGMO arrecada valores dos operadores portuários para fazer frente ao volumoso passivo trabalhista gerado em razão da tomada de mão de obra dos trabalhadores portuários avulsos, sendo que em 2013 a tarifa sobre o MMO (Montante de Mão de Obra) foi revertida para tonelagem.  No entanto, em razão da adoção pelo OGMO de inúmeras medidas para mitigar o passivo trabalhista, em 2018 quando da conciliação dos valores, o OGMO percebeu a necessidade revisar as tarifas arrecadadas. “Percebemos, analisando nossas planilhas, que era preciso equilibrar os valores dos segmentos de operadores portuários e resguardar a solidez do OGMO, mas pra isso precisávamos de um parecer econômico que embasasse a nova contribuição sem afetar a questão concorrencial” explica Shana Carolina Colaço Bertol, Diretora Executiva do OGMO Paranaguá.

Nesta perspectiva, o OGMO contratou a consultoria da Valuup para analisar e mostrar o melhor caminho para um fundo sustentável e justo para os operadores. “Conseguimos fazer uma análise ampla da situação e mostramos a realidade da questão, levamos em conta todas as variáveis, quando se fala em tarifa não se pode achar nada, tudo precisa ter uma explicação” explica Luís Gustavo Budziak, economista da Valuup.

“O resultado foi muito positivo, conseguimos diminuir o valor e principalmente equilibrar as tarifas com um estudo embasado na nossa realidade” conclui Bertol.

“Um dos grandes valores do nosso trabalho, nos dias de hoje, é levar conhecimento para nossos clientes, a transparência nas negociações e operações nunca foi tão valorizada neste país” ressalta Lucas Dezordi, economista da Valuup.

Como o dólar foi parar nas alturas e porque isso muda o jogo no Brasil

Havia esperança. No início de 2018 era possível traçar um caminho possível para a recuperação econômica. Mesmo com o grande ponto de interrogação, que é o ambiente político brasileiro, os números mostravam o início da escalada para dias melhores. A economia voltava, mesmo que lentamente, a crescer e tínhamos a expectativa de um câmbio controlado. Estávamos no jogo.

Era possível pensar em um PIB entre 2,5% e 3%. Os números eram embasados na recuperação da indústria, também no Agronegócio que seguia firme e forte. A retomada do emprego, mesmo que pequena, ajudava a consolidar a melhora.

Mas as variáveis eram muitas, não do setor produtivo, que estava fazendo a sua parte, mas sim das ações de governo que não chegaram. O resultado? Quando se começou a rastejar para sair do buraco, levamos uma rasteira.

Em primeiro lugar era preciso que a reforma da previdência se concretizasse. Engavetada, ela trouxe instabilidade institucional. Quem investe em um país com déficit de 10% do PIB? Sendo que a razão dívida já está na casa de 70%. Sem esse ajuste a economia poderia voltar a retroceder, porquê? O Brasil não seria um lugar confiável para se investir, o câmbio ficaria instável, real desvalorizado, preço das commodities contaminado e a instalação de um novo processo inflacionário. Penalidade máxima!

Como segundo elemento tivemos a greve dos caminhoneiros que concretizou a ineficiência do poder público para agir frente à crise. Segundo o Ministério da Fazenda o prejuízo para a economia foi de R$15,9 bilhões. Mais uma falta grave.

E aí, para ajudar, o terceiro elemento vem do hemisfério norte, os americanos resolveram apertar as coisas por lá, o FED aumentou a taxa de juros, então os títulos públicos ficaram mais atrativos. Os investidores tendem a retirar o dinheiro daqui e colocar lá. O que teremos? Dólar nas alturas e real minguado. Fim de jogo.

A soma dos três fatores coloca a recuperação econômica do Brasil sob ameaça. Será preciso que as eleições em outubro devolvam a confiança no país e que os futuros governantes entendam que as reformas são urgentes para interromper o declínio. É preciso mudar o jogo.

Sócio da Valuup fala sobre o preço da gasolina que ainda não baixou e o preço do etanol que subiu

O Sócio da Valuup Consultoria, Dr. Lucas Dezordi, participou no dia 19/10/16 de uma reportagem da equipe de jornalismo da RPC sobre o preço da gasolina que ainda não baixou e o preço do etanol que subiu.

Doutor e mestre em Desenvolvimento Econômico (UFPR) e graduado em Ciências Econômicas (UFPR). É professor titular do Curso de Economia da Universidade Positivo. Foi professor da FAE Business School e da UFPR nas disciplinas de Macroeconomia, Economia Monetária e Econometria. Atuou como professor convidado na Faculdade Fachhochschule Münster − Alemanha. Publicou diversos livros e artigos. Tem 17 anos de experiência como consultor de diversas empresas, institutos e associações, como Sinduscon-PR e Sindicombustível-PR. Foi economista-sênior do projeto Plano de Desenvolvimento Econômico de Curitiba do IPPUC e ISAE/FGV. É conselheiro fiscal do Instituto Life e conselheiro do CORECON-PR.

Sócio da Valuup fala sobre geração de emprego no estado do PR

O Sócio da Valuup Consultoria, Dr. Lucas Dezordi, participou no dia 28/07/16 de uma reportagem da equipe de jornalismo da RPC sobre geração de emprego no estado do PR

Doutor e mestre em Desenvolvimento Econômico (UFPR) e graduado em Ciências Econômicas (UFPR). É professor titular do Curso de Economia da Universidade Positivo. Foi professor da FAE Business School e da UFPR nas disciplinas de Macroeconomia, Economia Monetária e Econometria. Atuou como professor convidado na Faculdade Fachhochschule Münster − Alemanha. Publicou diversos livros e artigos. Tem 17 anos de experiência como consultor de diversas empresas, institutos e associações, como Sinduscon-PR e Sindicombustível-PR. Foi economista-sênior do projeto Plano de Desenvolvimento Econômico de Curitiba do IPPUC e ISAE/FGV. É conselheiro fiscal do Instituto Life e conselheiro do CORECON-PR.

Link do vídeo:

http://g1.globo.com/pr/parana/paranatv-1edicao/videos/t/edicoes/v/gasolina-e-etanol-tem-alta-nos-postos-de-curitiba/4873323/

Recuperar ou deixar falir?

“O que realmente define o sucesso de uma recuperação judicial é o entendimento entre a empresa devedora e os credores.”

Nos últimos dois anos, a economia brasileira vem sofrendo com a queda expressiva de sua atividade produtiva. A recessão tornou-se preocupante porque veio acompanhada de um persistente processo inflacionário e redução nas linhas de crédito. Trazendo dois exemplos bem ilustrativos, recordo que tivemos que conviver com uma conta de luz muito mais cara e um preço de gasolina bem salgado. Nosso custo de vida definitivamente aumentou.

Pelo lado das empresas, a restrição ao crédito afetou diretamente sua capacidade em expandir seus volumes de venda. Para se ter uma ideia do impacto do crédito no mercado, podemos citar a queda de 25,7% nas vendas de veículos em abril de 2016 em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Contudo, a análise que pretendo realizar com mais detalhe nesse artigo, diz respeito às dificuldades dos empresários brasileiros na administração de suas dívidas, em um ambiente de queda nas vendas e de restrição de crédito. Isto é, ingredientes suficientes para falir ou abalar qualquer corporação privada. Neste sentido, surge naturalmente a seguinte questão: Recuperar ou deixar falir?

Infelizmente, neste cenário, o que restou para muitas empresas foi o pedido de Recuperação Judicial conforme preconizado pela Lei no 11.101/2005. Sua solicitação não deve ser confundida com o antigo pedido de concordata.

A Recuperação Judicial possibilita às empresas que se encontram em dificuldades financeiras e que apresentam um quadro de dívidas elevadas, uma chance de “dar a volta” por cima e sair da crise. É uma forma de viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira da empresa, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, preservando a empresa, a sua função social e o estímulo à atividade econômica (art. 47, Lei nº 11.101/2005).

Os empresários muitas vezes solicitam a recuperação quando o volume de dívidas já é bastante elevado. Nós temos observado que este pedido tardio dificulta a recuperação da empresa, e lamentavelmente muitas acabam falindo. Os problemas são decorrentes de má gestão, da crença do empresário na recuperação econômica futura, na dificuldade em admitir o fracasso como executivo ou ainda no próprio desconhecimento dos instrumentos da Lei de Recuperação e Falências.

No processo de recuperação judicial a empresa continua operando normalmente, com sua gestão, caixa e operação. Porém é pedido aos credores um prazo e deságio para pagamento das dívidas. A empresa deverá apresentar e aprovar na assembleia de credores um plano de recuperação judicial. Neste plano a empresa deverá projetar suas receitas e despesas, bem como sua capacidade de pagamento das dívidas. Por mais que o processo seja judicial, o que realmente define o sucesso de uma recuperação judicial é o entendimento entre a empresa devedora e os credores.

Segundo o Serasa Experian o número de recuperações judiciais disparou no primeiro trimestre de 2016. Ainda segundo a entidade, a alta foi de 131% se comparado com o mesmo período de 2015. Isso demonstra que a crise brasileira afetou diretamente o caixa das empresas, causando enormes transtornos financeiros e de capacidade de pagamentos. Observamos um forte aumento nos pedidos de recuperação judicial de empresas ligadas ao segmento de autopeças, da construção civil e de algumas linhas específicas de consumos duráveis. Estes setores foram fortemente afetados pela desaceleração econômica.

Outra característica é que as recuperações são solicitadas por empresas nacionais não destinada às reposições e empresas que dependem fortemente do mercado interno. As subsidiárias internacionais recebem ajuda de suas matrizes nesses momentos. Porém um número preocupante, segundo o Serasa, é que 90% dos pedidos de recuperação são de pequenas empresas.

A crise atual fez aumentar os pedidos de recuperação judicial e nós esperamos que os pedidos continuem aumentando nos próximos meses, pelos motivos já expostos acima, mas sobretudo pela contração do crédito oferecido pelas instituições financeiras. Todavia o que observamos é que, por constrangimento ou falta de informação, os empresários buscam a recuperação judicial em momento tardio, dificultando a recuperação econômico-financeira da empresa. A Lei de Recuperação e Falência deveria ser vista como uma oportunidade para a superação da crise que a empresa enfrenta.

Material da apresentação da palestra realizada no CRC-PR no dia 18/05/16

PALESTRA: DESAFIOS PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO BRASILEIRO

OBJETIVO: Discutir os desafios estruturais da economia brasileira com o objetivo de expandir seu nível de renda per capita no longo prazo. CONTEÚDO – A Armadilha da renda per capita média; estrutura fiscal mundial; nível de educação; inovações; produtividade do trabalhador. PALESTRANTE: LUCAS LAUTERT DEZORDI – Doutor e mestre em Desenvolvimento Econômico (UFPR) e graduado em Ciências Econômicas (UFPR), Sócio da Valuup Consultoria

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A estabilidade financeira dos estados e a taxa de desemprego

É importante aplicar a melhor fórmula matemática que busque reequilibrar os passivos financeiros dos estados, ou via aplicação de juros simples ou via desconto da dívida

O orçamento público tradicional surgiu, como instrumento formal, na Inglaterra, por volta de 1822. Em um período dominado pelo liberalismo econômico, o orçamento era visto como um instrumento disciplinador das finanças públicas, isto é, um mecanismo de controle político sobre os Executivos. Efetivamente, eles estavam à serviço do pensamento e práticas liberais, para evitar ao máximo a expansão dos gastos. De fato, grande parte de ministros das Finanças considerava o excesso de gastos públicos sobre a arrecadação um descontrole imperdoável e um mal político e moral. Eram comuns discussões acerca da natureza jurídica dos orçamentos: lei ou ato administrativo?

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Durante o século 20, a visão tradicional vai perdendo espaço para um formato de orçamento voltado ao planejamento. A busca por estabilidade socioeconômica influenciou de forma significativa o desenvolvimento dos orçamentos modernos, os quais passaram a se preocupar cada vez mais em manter a economia operando em níveis elevados de produção e emprego, controlando as despesas correntes e administrando racionalmente as despesas de investimento. De fato, os instrumentos fiscais passaram a ser vistos como forma de controle econômico e não mais um instrumento de controle político e administrativo.

“A sociedade brasileira terá de enfrentar o forte desequilíbrio das contas públicas em todas as esferas”

No debate atual sobre finanças públicas no Brasil, a questão central está no método pelo qual a União concederá descontos nos contratos de refinanciamento de dívidas celebradas entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, conforme determinado no artigo 3 da Lei Complementar 148/2014. A lei prevê substancial desconto do saldo devedor que pode ser maior caso se aplique juros simples sobre a taxa Selic. Em caso de aplicação de juros compostos, os estados obterão um desconto menor para reequilibrar suas finanças e precisão fazer um esforço muito maior para honrar seus compromissos.

O Decreto 8.616 estabeleceu as metodologias de cálculo do desconto, destacando a utilização de um fator acumulado da taxa de juros Selic, o que, na literatura financeira, indica uma atualização via juros compostos. Entretanto, quando se trata de orçamento e finanças públicas, as questões são muito mais complexas e não se resolvem apenas por atos administrativos. O estado de Santa Catarina obteve uma liminar do Supremo para corrigir o desconto aplicando-se juros simples. Com essa decisão favorável, vários estados estão recorrendo para buscar o mesmo benefício financeiro. Virou uma queda de braço entre estados e União. Cálculos iniciais da equipe econômica indicam que a utilização de juros simples irá gerar um aumento da dívida da União em cerca de R$ 300 bilhões.

O fato é que, em ambas as situações, a sociedade brasileira terá de enfrentar o forte desequilíbrio das contas públicas em todas as esferas. Melhorar a situação dos estados, aplicando-se um desconto maior em suas dívidas com a União, não irá livrar o país de uma necessidade de forte ajuste fiscal e recessão econômica.

Acredito que, em termos de unidade dos entes da Federação, torna-se importante aplicar a melhor fórmula matemática que busque reequilibrar os passivos financeiros dos estados, ou via aplicação de juros simples ou via desconto da dívida, como foi utilizado em 1997. Mas essa ação deve estar ancorada no compromisso formal de focar em um efetivo ajuste de longo prazo das despesas correntes. Ou seja, precisamos de um novo pacto federativo e um compromisso dos governos com um maior controle do orçamento corrente, alavancando, com isso, os investimentos produtivos; do contrário, a taxa de desemprego permanecerá elevada no Brasil por um longo período de tempo.

 

Lucas Lautert Dezordi é professor de Economia da Universidade Positivo e sócio da Valuup Consultoria. PUBLICIDADE

Sócio da Valuup consultoria fala sobre a alta da Gasolina e etanol nos postos de Curitiba

O Sócio da Valuup Consultoria, Dr. Lucas Dezordi, participou no dia 10/03/16 de uma reportagem da equipe de jornalismo da RPC sobre a alta da Gasolina e etanol nos postos de Curitiba.

Doutor e mestre em Desenvolvimento Econômico (UFPR) e graduado em Ciências Econômicas (UFPR). É professor titular do Curso de Economia da Universidade Positivo. Foi professor da FAE Business School e da UFPR nas disciplinas de Macroeconomia, Economia Monetária e Econometria. Atuou como professor convidado na Faculdade Fachhochschule Münster − Alemanha. Publicou diversos livros e artigos. Tem 17 anos de experiência como consultor de diversas empresas, institutos e associações, como Sinduscon-PR e Sindicombustível-PR. Foi economista-sênior do projeto Plano de Desenvolvimento Econômico de Curitiba do IPPUC e ISAE/FGV. É conselheiro fiscal do Instituto Life e conselheiro do CORECON-PR.

O que esperar de 2016?

Lucas Lautert Dezordi: doutor em Economia e sócio da Valuup Consoltoria

Sem sombra de dúvidas, 2015 será marcado como um dos piores anos de nossa história recente, no que se refere à capacidade de geração de renda, emprego e riqueza. Como consequência, as expectativas dos agentes de mercado em relação ao futuro da economia brasileira foram gradativamente se deteriorando, tanto para este ano como para 2016. Este breve artigo apresenta o comportamento de quatro variáveis importantes as quais merecem um acompanhamento constante. Como fonte de análise, utilizamos as informações sobre o mercado através da Pesquisa Focus do Banco Central do Brasil, em um período de 01/01/2015 a 20/11/2015. Vamos começar pela produção.

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Expectativas do PIB

 

O mercado financeiro, em janeiro de 2015, esperava um crescimento do PIB para 2015 e 2016, respectivamente, na ordem de 0,5% e 1,8%. Os últimos dados da pesquisa indicam que teremos uma forte recessão no período, principalmente pelo fraco desempenho dos setores da Indústria e Serviços.

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Expectativas do IPCA

 

Aliado ao medíocre crescimento da renda, nossa economia vem registrando um preocupante processo inflacionário. As expectativas do IPCA subiram de 6,57% para 10,33% para 2015, conforme Gráfico 2. Certamente, essa inflação muito elevada em 2015 irá contaminar os preços em 2016. As informações mais atuais sobre as expetativas do IPCA para 2016 indicam uma taxa acima do limite superior de 6,50%. Ou seja, o Banco Central está com muita dificuldade em combater a forte escalada de preços.

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Expectativas do Câmbio

 

A consequência natural de economias com fortes processos inflacionários é a geração de uma forte pressão sobre a taxa de câmbio. O Gráfico 3 indica que o mercado estimava, em janeiro de 2015, uma taxa de câmbio para 2015 e 2016 em torno de R$ 2,90. Esse cenário foi se deteriorando e prejudicando o controle inflacionário. Atualmente, é praticamente consenso que a economia brasileira vai operar, no ano de 2016, com uma taxa de câmbio acima dos R$ 4,00.

É claro que teremos um quadro mais interessante para as exportações e uma melhora na balança comercial e nas contas externas. Contudo, pela pressão inflacionária que o câmbio exerce nos preços domésticos, torna-se claro que a taxa de juros Selic deverá ser mantida em patamares elevados, em torno de 14% ao ano, em 2016.

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Expectativas do Déficit Público

 

Consideramos que o problema mais grave da economia brasileira seja o atual e esperado desequilíbrio fiscal. O Gráfico 4 destaca essa questão. No início de 2015, esperava-se que a partir do ajuste fiscal, o Governo Consolidado (estados, municípios, BC, estatais e governo central) fosse registrar um déficit público de cerca de 5,0% em 2015 e 4,0% em 2016. Entretanto, com a dificuldade em aprovar as medidas de ajuste no Congresso Nacional, esse cenário foi se deteriorando. Atualmente, o mercado financeiro está extremamente pessimista em relação às contas públicas. As expectativas indicam um déficit público na ordem de 9,5% para 2015 e 7,8% para 2016. Ou seja, extremamente elevados.

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A partir de uma breve análise desses quatros indicadores, temos a convicção que 2016 será um ano tão difícil quanto seu antecessor. A economia ainda apresentará um quadro recessivo, com fortes pressões inflacionárias. E, enquanto as questões fiscais não forem amenizadas, as expectativas dos agentes econômicos continuarão se deteriorando.

 

Planejamento e controle orçamentário

A intenção desse texto hoje é contextualizar o leitor sobre princípios básicos do planejamento e controle orçamentários. É um assunto bem amplo, complexo e com diversas vertentes, prós e contras.

O que é e para que serve?

O planejamento orçamentário, e por consequência seu controle, são ferramentas gerenciais importantes para direcionar os componentes da organização para que atinjam os objetivos pré-determinados através dos níveis táticos e operacionais.

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É uma fase importante do planejamento estratégico e por diversas vezes esquecido ou relegado a menor importância durante o ato de elaboração do planejamento estratégico das empresas. O impacto disso, por vezes, é termos um planejamento estratégico no papel, sem poder mensurar seus resultados ou pior, tendo um descolamento total entre o que foi planejado e o realizado. O Planejamento orçamentário nada mais é que o reflexo financeiro (e, portanto, numérico e mensurável) das ações definidas pela estratégia da empresa.

Em sumo, o planejamento orçamentário inicia nos princípios gerais de planejamento da empresa, onde são determinadas as diretrizes, as premissas, os cenários e com isso são elaborados os planos em níveis táticos (plano de vendas ou marketing, plano de produção e suprimentos, plano de investimentos e plano de recursos humanos). Todos esses planos são agora transformados em planos operacionais, com estimativas então o orçamento (ou budget em inglês) oficial.tabela-planejamento-controle-orçamentario-valuup-negocios

As peças básicas que compõem o sistema orçamentário são o balanço patrimonial, a demonstração de resultado e o fluxo de caixa. Portanto, a contabilidade deixa de ser uma ferramenta puramente de registro ou de apuração fiscal, para ser uma ferramenta que apoie a gestão no controle e na tomada de decisão. É fundamental ter uma contabilidade ágil no fornecimento de informações e com um sistema confiável, para que o processo de controle seja dinâmico. Se depender de informações gerenciais controladas a parte, há grande risco de perda de informação e de controle da realidade.

O que se consegue através do budget?

ü  Efetuar análises de composição do endividamento,

ü  Perfil da dívida,

ü  Liquidez,

ü  Posição de caixa,

ü  Necessidade de capital de giro,

ü  Lucratividade,

ü  Rentabilidade sobre o investimento realizado

ü  Vínculo com o Business Plan

Tipos de Budget:

Existem diversos modelos, não há uma fórmula específica ou mágica. Cada modelo deve se adequar a necessidade e realidade de cada empresa.  Abaixo vamos citar 3 modelos, os mais básicos utilizados e os preferenciais para quem ainda não tem a cultura de controle de budget.

  1. Orçamento base zero

O orçamento base zero é aquele onde não há parâmetros históricos de referência (ou decide-se não os usar).  Cada item do plano tem que ser pesquisado de acordo com o mercado ou com os objetivos a serem atingidos. As vendas, por exemplo, devem ser planejadas de acordo com estimativas esperadas, já que não há histórico de comportamento. Já as despesas com telefonia por exemplo, tem que ser  pesquisadas com a necessidade esperada da empresa e o valor normal de mercado.

É o tipo de orçamento mais trabalhoso, e por isso mais moroso de ser elaborado, porém seria o melhor já que todas as premissas são reavaliadas sempre, sem contaminação histórica, uma vez que o passado nem sempre garante o comportamento futuro.

  1. Orçamento empresarial

É o orçamento mais usualmente utilizado. É baseado em desempenho histórico onde já há uma base de comportamento das contas ou já se conhece melhor os números e as performances. Com base no histórico e com as diretrizes estratégicas esse orçamento é elaborado. É o mais rápido a ser elaborado (em comparação com os demais) e com mais fundamentação.

  1. Orçamento contínuo

Ou rolling forecasting.  É um modelo de budget onde há atualização constante do mesmo. O budget é elaborado, para 12 meses, por exemplo, seja pelo método de base zero ou empresarial. A cada mês que realiza o orçamento ele é revisto, readequando os objetivos nos próximos meses e acrescentando mais um mês. Com isso sempre haverá 12 meses de budget projetados.

É o modelo ideal para empresas onde o produto tenha um ciclo de vida curto e ambiente que exige mudanças rápidas do desempenho da empresa e curto prazo de planejamento, onde há mudanças constantes e também para empresas que não se adaptam ao modelo de budget anual.

A Valuup consultoria presta serviços de aconselhamento, planejamento, implantação e até outsorcing de planejamento e controle orçamentários, buscando auxiliar o seu cliente na melhoria do seu desempenho e liberando o mesmo para que foque na sua atividade fim.

As 10 maiores armadilhas do orçamento:

Fonte: HSM Management 32 maio-junho 2002

  1. Conduzir os processos de traz para frente: entrar direto no processo sem antes formular o planejamento estratégico.
  1. Estimar custos no escuro: é necessário ter conhecimento sobre os custos da empresa, e não simplesmente orçar qualquer valor tentando o adivinhar
  1. Começar de cima para baixo: o orçamento deve ser feito respeitando uma hierarquia, sendo escutado por todos os setores e de interesse as necessidades de cada um.
  1. Atingir as metas a qualquer custo: atingir as metas sem manipulações;
  1. Tratar o orçamento com um mandamento gravado em pedra: o orçamento deve ser alocado com informações recentes e não dados já desatualizados. Começando a elaboração do orçamento por partes
  1. Apegar-se as planilhas: usar métodos diferentes além das planilhas, de preferência programas embasados na realidade da empresa.
  1. Tentar colocar um cilindro em um orifício quadrado: cada empresa tem um software atendendo as suas necessidades, sendo assim, não necessária a compra de um vasto sistema que não atenda suas expectativas.
  1. Usar o orçamento como plano de negócios: as empresas devem entender que plano de negócios tem a haver com riscos e oportunidades e precisa ser mais realista, diferente do orçamento.
  2. Minimizar a importância das variações: investigar as falhas e variações dos valores e ações tomadas. Fazendo os funcionários entender da importância do cumprimento das metas.
  3. Passar automaticamente para previsão móvel: passar a atualizar as previsões em curtos períodos, funcionando melhor quando há variabilidade significativa no negócio