A safra 2019 e a necessidade de investimento em armazenagem

Há um gargalo a ser superado em todo país quando o assunto é agronegócio: infraestrutura adequada para armazenagem de grãos. Quando se comemora supersafras e avanços tecnológicos no campo, segue junto um paradoxo, onde estocar a produção para esperar melhores preços?

Neste cenário está o problema e também oportunidades. Há muito espaço para esse tipo de investimento em todo país. O assessor econômico da FAEP, Pedro Loyola faz um alerta “estamos muito defasados nessa área, não há silos suficientes e em 2019 a safra promete ser maior que 2018”.

Mesmo com uma defasagem na casa dos 14% o Paraná é o estado que mais investe nesta área. “Há um programa do governo federal para incentivo de armazenagem de grãos, o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), em que o Paraná foi o estado que mais usufruiu do crédito” conta Loyola. Segundo o assessor o déficit de armazéns na região central do país, que também tem um volume alto de produção, chega a 70%.

Uma alternativa adotada por produtores paranaenses e que está sendo bastante assertiva são os condomínios de armazenagem. “Os produtores se reúnem por proximidade de localização e estudam a viabilidade da construção de armazéns em conjunto. Esse tipo de iniciativa é que está beneficiando muito a agricultura no Paraná, o cooperativismo é uma excelente saída nestes casos” relata Loyola.

As previsões meteorológicas indicam que esses espaços para armazenagem serão ainda mais escassos em 2019, teremos os efeitos do El Niño, que significa safra cheia. Este ano (2018) as lavouras produziram sob efeito La Ninã que não colaborou, principalmente com o milho safrinha.

O que dizem os setores produtivos paranaenses sobre o saldo de 2018 e o que esperam de 2019

Representantes de vários setores da economia paranaense se reuniram no CORECON-PR para debater os cenários econômicos futuros e também fazer um balanço do período que se finda. O consenso é que o Brasil caminha para a recuperação, mas ainda são passos lentos.

O evento que teve a participação do economista Lucas Dezordi, sócio da Valuup, contou com representações da FIEP, FAEP, DIEESE, ACP e Ipardes.

Dezordi destacou o processo inflacionário que teve alta de 4,56% entre novembro de 2017 e outubro de 2018. O economista explica que a estiagem, a greve dos caminhoneiros, o preço dos combustíveis e o aumento da energia elétrica cooperaram para esse cenário. Entretanto, as previsões da equipe da Valuup são de deflação para novembro e dezembro de 2018. Outro ponto destacado foi o fenômeno boca de jacaré, provocado pela alta do câmbio e a baixa da taxa de juros, entenda neste artigo.

Empregos

Um dos fatores mais preocupantes ainda é o mercado de trabalho, segundo o economista do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos – DIEESE, Fabiano Camargo, ainda são 13 milhões de desempregados no país. Camargo salienta que houve uma pequena redução do desemprego em 2018 se contabilizados os trabalhadores que migraram para postos informais, sem carteira assinada. “A verdade é que as pessoas desistiram de procurar emprego, elas saíram da estatística porque se submeteram a ocupações precárias ou estão tentando um negócio próprio”, explica o economista.

Indústria

Os industriais apostam na retomada da economia em 2019 para ganhar fôlego e conseguir uma recuperação mais consistente. O setor começou 2018 com bons números de largada, mas ao longo do período também sofreu as consequências de 2018.

O representante da Federação das Indústrias do Paraná – FIEP, Roberto Zürcher, lembrou que o Brasil tem todo o potencial necessário para subir junto com os países desenvolvidos. Falou também que é preciso entrar no padrão da Indústria 4.0 “precisamos, no mínimo, produzir aquilo que consumimos” alertou Zürcher.

Comércio

Depois de três anos de sufoco o comércio paranaense aposta em um 2019 mais estável porem sem grandes saltos “o consumidor está muito mais consciente e quer comprar sem se endividar” salienta do representante da Associação Comercial do Paraná – ACP, Antoninho Caron. Por isso o próximo período deve mostrar melhores números, mas sem grandes saltos. Caron lembra que o consumidor está mais experiente e aprendeu muito com a crise “as pessoas perceberam que foram ludibriadas, enganadas por uma realidade que não existia, agora elas têm os pés no chão, isso é muito positivo e saudável para a economia”.

A boca de jacaré e a economia em 2019

O gráfico que simula a boca de um jacaré é um fenômeno raro na economia e pode ser um sinal positivo para a retomada do crescimento no Brasil. Explicamos: essa realidade ocorre quando a taxa de juros baixa e o câmbio aumenta. Correndo em posições contrárias, esses dois indicadores criam condições positivas para o cenário previsto para 2019.

Fontes: Mercado de Derivativos, BM&F Bovespa, BCB e Valuup Consultoria.

Essa combinação não é algo comum na economia, normalmente as duas taxas caminham juntas, se uma aumenta a outra aumenta também.

A diminuição dos juros será muito positiva para a retomada de consumo da economia doméstica, que fará a roda girar novamente, mesmo que de forma lenta. É preciso facilitar o poder de compra da população que está acuada em contrair novas dívidas. Os juros mais baixos também viabilizam maior investimento em infraestrutura que dependem de financiamentos a longo prazo, logo, juros de menor valor deixarão os projetos mais baratos.

Por outro lado, o câmbio alto colabora com as exportações, fator importante para o setor produtivo brasileiro, que é diretamente impactado pelo agronegócio. Grãos, carnes e outras commodities dependem do câmbio para valorização dos produtos.

Esses dois indicadores caminhando em direções contrárias darão condições pra um crescimento lento, no entanto progressivo da nossa economia. Mas ainda há algo para ter atenção, o desemprego, se tem algo que ainda deixa uma pulga atrás da orelha é esse índice. São 13 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho, isso significa 12% da população.

Grande parte desse cenário é resultado de um 2018 muito difícil, todos os setores da economia sangraram com as inseguranças políticas o com a greve dos caminhoneiros. Por isso se pensa em um cenário muito mais estável politicamente e promissor no mercado, é o que todos desejamos para 2019.

Valuup reestrutura gestão da Vinhedos do Monte Agudo

A importância do controle e gestão profissional para o futuro dos negócios

 

São 14 anos de história e muito investimento para fazer um dos melhores vinhos da Serra Catarinense. Além dos 1.200 metros de altitude, a menos de 100 quilômetros do mar, a Vinhedos do Monte Agudo conta com a colaboração do clima: o frio intenso favorece o estresse da planta, seguido de um verão seco, resulta em uvas de excelente qualidade.

A produção é pequena e muito cuidadosa, são apenas 20 mil garrafas por ano.

Os Desafios

A Monte Agudo leva o DNA da família Rojas Ferraz que cuida pessoalmente de todo o processo. Em 2018, com o crescimento da empresa, buscou a Valuup para reestruturar e profissionalizar a gestão.

“Nós entendemos que era preciso dar um passo adiante e ter um controle das finanças da forma precisa e real,” explica o CEO da empresa, Leonidas Rojas Ferraz.

A primeira fase – quanto custa cada garrafa de vinho?

Em um primeiro estágio a Valuup elaborou o custo real de cada garrafa de vinho. Como as coisas eram feitas de forma intuitiva e por pura paixão pelo vinho, não havia gerenciamento de todos os insumos e infraestrutura necessária para a produção. “Estudamos todo o processo, desde a plantação até a logística de entrega do vinho ao consumidor final”, conta o sócio da Valuup, Luís Gustavo Budziak, responsável pelo projeto.

A segunda fase – A reestruturação e o controle

Em uma segunda etapa, que já completou 100 dias, a Valuup fez a reestruturação da administração e governança. Um sistema embrionário de gestão já está implantado e em funcionamento. Os fluxos de processo e controle foram desenhados e o sistema financeiro já está em operação.

Esse processo elevou a Monte Agudo de uma gestão familiar e intuitiva para o modelo profissional de comando e tomada de decisões. Os controles internos permitem analisar a real situação financeira e criar estratégias futuras.

“Até o momento, nossas vendas se restringiam aos visitantes do vinhedo e à região de Florianópolis. O gerenciamento profissional dará suporte para que a arte do vinho da Monte Agudo chegue em outros lugares,” salientou Ferraz.

O futuro

A Monte Agudo irá potencializar a produção e abrir mercado em 35 novas cidades.

A profissionalização da gestão e da governança somadas ao controle financeiro irão contribuir de forma significativa para o crescimento das vendas e a ampliação de mercado.

“Estamos muito mais confiantes com o futuro e sabendo o que precisa ser feito. Essa experiência com a Valuup está sendo muito desafiadora, mas a energia deles nos impulsiona a colocar o planejamento em prática,” declara o CEO.