Rota 2030 e as perspectivas do setor automotivo

Um novo programa de incentivo fiscal, o Rota 2030, promete aquecer o mercado de autoveículos no Brasil. Na atual situação, em que a economia precisa de ajuda para se restabelecer, uma notícia como essa é no mínimo animadora.

Mas não podemos deixar de ponderar que a política do novo governo eleito vai de encontro com programas como esse. A promessa é não conceder incentivos a setores individuais, mas projetar uma redução tributária igualitária.

Quem está certo e quem está errado é difícil saber. Na teoria a nova política faz sentido, mas isso pode levar tempo, que o Brasil não tem.

O fato é que a herança da Rota 2030 é definitiva e comemorada pelo setor automotivo que há tempos vem esperando a concretização do programa que terá duração de 15 anos.

O programa engloba vários incentivos, como redução de IPI sobre veículos híbridos e elétricos. As companhias que aderirem se comprometem com uma meta de elevação na eficiência energética.

O governo estima que o benefício fiscal chegará a R$1,5 bilhão por ano em renúncia fiscal.

Em 2018 a indústria automotiva já apresentou recuperação, a produção cresceu 14% em relação à 2017 e fechou o período com uma produção de 2,195 milhões de veículos.

Quem está carregando esse número são os veículos pesados – e isso é muito positivo – uma vez que significa aumento de produção e recuperação da atividade econômica. Ônibus e caminhões apresentaram crescimento de 43% e 30,5% respetivamente.

Ainda não chegamos aos patamares de 2013, quando o país produziu 2.866 unidades, maior média dos últimos 10 anos. É lá que se pretende chegar novamente com o programa Rota 2030.

De acordo com a Anfavea, o Brasil deverá apresentar um crescimento 11,1% na produção de autoveículos em 2018 e fechar o ano com uma produção de 3 milhões.

As exportações do produto exibiram uma queda de 8% nos primeiros nove meses de 2018 em função da crise macroeconômica na Argentina, importante player neste setor.

A frota brasileira é composta principalmente por automóveis que correspondem a 83% dos 43,6 milhões de autoveículos em circulação no país, por isso o Rota 2030 pode impactar significativamente o mercado. Apesar de o país possuir uma das maiores frotas do mundo, a taxa de motorização brasileira de 4,7 habitantes por autoveículo ainda se encontra abaixo de países emergentes como México, Rússia, Tailândia e Argentina, o que significa oportunidade, ainda muito a que se explorar no Brasil.

Agora resta aguardar os resultados do programa e também as ações do novo governo, uma vez que uma reforma tributária poderia impactar neste cenário.

E agora, com o futuro definido, o que muda na economia?

Com um cenário político definido, a economia começa a se ajustar a nova realidade e já é possível fazer algumas projeções. Vamos aos fatos.

O anúncio da redução dos ministérios e, por consequência, o enxugamento da máquina pública trouxe um horizonte otimista. Essa é uma das ações para a meta, bem audaciosa por sinal, de zerar o déficit fiscal primário já em 2019, que hoje está na casa dos R$ 140 bilhões.

Essa diferença, entre a arrecadação e despesas públicas (excluindo gastos com juros), quando expressiva, aumenta a dinâmica da dívida pública sobre o PIB. Para sermos mais diretos, pagamos 7,2% do PIB com essa conta. E é essa sangria que o futuro governo precisa estancar.

É um longo caminho até lá. A redução dos gastos públicos é um bom sinal, mas é mais um símbolo positivo que um efeito prático, pois os valores economizados não serão, nem de longe, suficientes para equilibrar as contas, mas sem dúvidas não deixa de ser uma parte importante.

A grande expectativa ainda é a Reforma da Previdência. Empresários e investidores estão ansiosos para saber que desfecho o novo governo dará para esse dramalhão brasileiro que vem se arrastando. Mas há muitos personagens envolvidos para que o enredo chegue ao clímax: Congresso e Senado precisam estar de acordo.

Outra possibilidade já aventada por membros do novo governo seria viabilizar o leilão do excedente da cessão onerosa, que poderia arrecadar aproximadamente R$ 100 bilhões em troca de contratos para exploração de petróleo no pré-sal.

Se tudo isso se concretizar? Como os efeitos positivos chegarão na economia? Um sintoma importante e prático poderá ser a redução dos juros reais para financiamentos a longo prazo do déficit do Tesouro Nacional. Se a equipe econômica conseguir estabelecer ações para que essas taxas baixem para a casa dos 4% seria o ideal. Hoje, as Notas do Tesouro Nacional (NTN-B) com vencimento em 2035 estão pagado juros reais de 5,2% ao ano.

Um impacto direto seria no setor da construção civil, pois financiamentos de longo prazo estão ligados à infraestrutura e aquisição de imóveis, principalmente. A retomada na demanda dessas atividades seria fundamental para reestabelecer a economia brasileira, combatendo a elevada taxa de desemprego.

As promessas são animadoras, mas agora se espera a parte prática e o resultado das ações. Aguardemos.

Como o teste de recuperabilidade ajuda no planejamento da empresa para 2019

Próximo do fim de ano o departamento contábil das empresas, além de prepararem o Balanço Patrimonial do exercício, que ajuda a ter a visão do negócio, precisam realizar alguns testes que confirmam os valores alocados no balanço. É o caso do teste de recuperabilidade, em inglês, Impairment Test. Essa avaliação amplifica e garante a realidade das informações contábeis da empresa.

É hora de saber se a empresa vale o quanto seu balanço diz que ela vale. Explicamos, essa metodologia mede se os ativos são capazes de gerar receita ou poderiam ser vendidos pelo valor que estão alocados no balanço. Logo, após a medição é possível concluir se houve deterioração ou desvalorização dos componentes da empresa.

O objetivo do teste é assegurar que o valor contábil registrado é recuperável seja pela capacidade de gerar receita ou pela sua venda. Essa avaliação atende às Normas Contábeis Brasileiras (CPC 01).

Quem precisa fazer?

Pela legislação (Lei Nº 11.638/07) são obrigadas a apresentar o teste de recuperabilidade as empresas de capital aberto e de grande porte que no ano tiveram ativo total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual acima de R$ 300 milhões.

Além da obrigação anual para esses casos, também é indicado o teste quando há reestruturação ou venda parcial de ativos; quando o desempenho fica muito abaixo do esperado no planejamento, neste caso o teste estima o valor recuperável da perda; quando há liquidação da empresa ou quando se observa uma depreciação muito acelerada dos bens.

O que é testado

  • Bens do ativo imobilizado
  • Bens do ativo intangível
  • Aplicações financeiras da empresa
  • Imóveis, quando não contabilizados por valor justo

 

Como o Teste Impairment ajuda na estratégia da empresa

O resultado do teste será como um raio x da empresa. O controller terá informação qualificada para tomada de decisões de investimentos futuros baseados em necessidades reais. Há também mais assertividade na previsão de custos, redução de gastos e depreciação.

Ao final se tem um Balanço Patrimonial ajustado à realidade, o que é uma mão na roda na hora de conceber novas estratégias e planejamentos, uma vez que mostra a real situação do negócio.

O teste pode ser realizado em qualquer período do ano, mas quanto antes for avaliado maior será o aproveitamento das informações produzidas.

Outros testes obrigatórios que podemos executar para a sua empresa

  • Ativo biológico
  • Combinação de negócios – PPA (Purchase price allocation)
  • Propriedades para investimentos
  • Fair value de ativos e passivos
  • Recuperabilidade de Impostos diferidos