O que esperar de 2016?

Lucas Lautert Dezordi: doutor em Economia e sócio da Valuup Consoltoria

Sem sombra de dúvidas, 2015 será marcado como um dos piores anos de nossa história recente, no que se refere à capacidade de geração de renda, emprego e riqueza. Como consequência, as expectativas dos agentes de mercado em relação ao futuro da economia brasileira foram gradativamente se deteriorando, tanto para este ano como para 2016. Este breve artigo apresenta o comportamento de quatro variáveis importantes as quais merecem um acompanhamento constante. Como fonte de análise, utilizamos as informações sobre o mercado através da Pesquisa Focus do Banco Central do Brasil, em um período de 01/01/2015 a 20/11/2015. Vamos começar pela produção.

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Expectativas do PIB

 

O mercado financeiro, em janeiro de 2015, esperava um crescimento do PIB para 2015 e 2016, respectivamente, na ordem de 0,5% e 1,8%. Os últimos dados da pesquisa indicam que teremos uma forte recessão no período, principalmente pelo fraco desempenho dos setores da Indústria e Serviços.

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Expectativas do IPCA

 

Aliado ao medíocre crescimento da renda, nossa economia vem registrando um preocupante processo inflacionário. As expectativas do IPCA subiram de 6,57% para 10,33% para 2015, conforme Gráfico 2. Certamente, essa inflação muito elevada em 2015 irá contaminar os preços em 2016. As informações mais atuais sobre as expetativas do IPCA para 2016 indicam uma taxa acima do limite superior de 6,50%. Ou seja, o Banco Central está com muita dificuldade em combater a forte escalada de preços.

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Expectativas do Câmbio

 

A consequência natural de economias com fortes processos inflacionários é a geração de uma forte pressão sobre a taxa de câmbio. O Gráfico 3 indica que o mercado estimava, em janeiro de 2015, uma taxa de câmbio para 2015 e 2016 em torno de R$ 2,90. Esse cenário foi se deteriorando e prejudicando o controle inflacionário. Atualmente, é praticamente consenso que a economia brasileira vai operar, no ano de 2016, com uma taxa de câmbio acima dos R$ 4,00.

É claro que teremos um quadro mais interessante para as exportações e uma melhora na balança comercial e nas contas externas. Contudo, pela pressão inflacionária que o câmbio exerce nos preços domésticos, torna-se claro que a taxa de juros Selic deverá ser mantida em patamares elevados, em torno de 14% ao ano, em 2016.

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Expectativas do Déficit Público

 

Consideramos que o problema mais grave da economia brasileira seja o atual e esperado desequilíbrio fiscal. O Gráfico 4 destaca essa questão. No início de 2015, esperava-se que a partir do ajuste fiscal, o Governo Consolidado (estados, municípios, BC, estatais e governo central) fosse registrar um déficit público de cerca de 5,0% em 2015 e 4,0% em 2016. Entretanto, com a dificuldade em aprovar as medidas de ajuste no Congresso Nacional, esse cenário foi se deteriorando. Atualmente, o mercado financeiro está extremamente pessimista em relação às contas públicas. As expectativas indicam um déficit público na ordem de 9,5% para 2015 e 7,8% para 2016. Ou seja, extremamente elevados.

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A partir de uma breve análise desses quatros indicadores, temos a convicção que 2016 será um ano tão difícil quanto seu antecessor. A economia ainda apresentará um quadro recessivo, com fortes pressões inflacionárias. E, enquanto as questões fiscais não forem amenizadas, as expectativas dos agentes econômicos continuarão se deteriorando.

 

2016 um ano de ajuste

 

Em debate promovido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná, em Curitiba, economistas do DIEESE, OCEPAR, FIEP e CORECONPR foram unânimes ao apontar um cenário de estagnação acompanhado de um processo inflacionário

 

Matéria Completa: Diário Indústria&Comércio

Economia brasileira em 2016

 

As perspectivas para a economia brasileira em 2016 não são animadoras. O Produto Interno Bruto deve fechar em queda, os juros e o dólar devem se manter em um patamar alto e a produção industrial também não tem previsão de crescimento.

Matéria Completa: Folha de Londrina

Política do país em relação com o Paraná

Economistas paranaenses esperam um ano de 2016 ainda “nebuloso” e com as consequências do período de recessão. Entidades ligadas ao setor se reuniram nesta quarta-feira (25) para discutir os rumos dos setores da indústria, agricultura e pecuária.

 

Matéria Completa: Band News

Planejamento e controle orçamentário

A intenção desse texto hoje é contextualizar o leitor sobre princípios básicos do planejamento e controle orçamentários. É um assunto bem amplo, complexo e com diversas vertentes, prós e contras.

O que é e para que serve?

O planejamento orçamentário, e por consequência seu controle, são ferramentas gerenciais importantes para direcionar os componentes da organização para que atinjam os objetivos pré-determinados através dos níveis táticos e operacionais.

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É uma fase importante do planejamento estratégico e por diversas vezes esquecido ou relegado a menor importância durante o ato de elaboração do planejamento estratégico das empresas. O impacto disso, por vezes, é termos um planejamento estratégico no papel, sem poder mensurar seus resultados ou pior, tendo um descolamento total entre o que foi planejado e o realizado. O Planejamento orçamentário nada mais é que o reflexo financeiro (e, portanto, numérico e mensurável) das ações definidas pela estratégia da empresa.

Em sumo, o planejamento orçamentário inicia nos princípios gerais de planejamento da empresa, onde são determinadas as diretrizes, as premissas, os cenários e com isso são elaborados os planos em níveis táticos (plano de vendas ou marketing, plano de produção e suprimentos, plano de investimentos e plano de recursos humanos). Todos esses planos são agora transformados em planos operacionais, com estimativas então o orçamento (ou budget em inglês) oficial.tabela-planejamento-controle-orçamentario-valuup-negocios

As peças básicas que compõem o sistema orçamentário são o balanço patrimonial, a demonstração de resultado e o fluxo de caixa. Portanto, a contabilidade deixa de ser uma ferramenta puramente de registro ou de apuração fiscal, para ser uma ferramenta que apoie a gestão no controle e na tomada de decisão. É fundamental ter uma contabilidade ágil no fornecimento de informações e com um sistema confiável, para que o processo de controle seja dinâmico. Se depender de informações gerenciais controladas a parte, há grande risco de perda de informação e de controle da realidade.

O que se consegue através do budget?

ü  Efetuar análises de composição do endividamento,

ü  Perfil da dívida,

ü  Liquidez,

ü  Posição de caixa,

ü  Necessidade de capital de giro,

ü  Lucratividade,

ü  Rentabilidade sobre o investimento realizado

ü  Vínculo com o Business Plan

Tipos de Budget:

Existem diversos modelos, não há uma fórmula específica ou mágica. Cada modelo deve se adequar a necessidade e realidade de cada empresa.  Abaixo vamos citar 3 modelos, os mais básicos utilizados e os preferenciais para quem ainda não tem a cultura de controle de budget.

  1. Orçamento base zero

O orçamento base zero é aquele onde não há parâmetros históricos de referência (ou decide-se não os usar).  Cada item do plano tem que ser pesquisado de acordo com o mercado ou com os objetivos a serem atingidos. As vendas, por exemplo, devem ser planejadas de acordo com estimativas esperadas, já que não há histórico de comportamento. Já as despesas com telefonia por exemplo, tem que ser  pesquisadas com a necessidade esperada da empresa e o valor normal de mercado.

É o tipo de orçamento mais trabalhoso, e por isso mais moroso de ser elaborado, porém seria o melhor já que todas as premissas são reavaliadas sempre, sem contaminação histórica, uma vez que o passado nem sempre garante o comportamento futuro.

  1. Orçamento empresarial

É o orçamento mais usualmente utilizado. É baseado em desempenho histórico onde já há uma base de comportamento das contas ou já se conhece melhor os números e as performances. Com base no histórico e com as diretrizes estratégicas esse orçamento é elaborado. É o mais rápido a ser elaborado (em comparação com os demais) e com mais fundamentação.

  1. Orçamento contínuo

Ou rolling forecasting.  É um modelo de budget onde há atualização constante do mesmo. O budget é elaborado, para 12 meses, por exemplo, seja pelo método de base zero ou empresarial. A cada mês que realiza o orçamento ele é revisto, readequando os objetivos nos próximos meses e acrescentando mais um mês. Com isso sempre haverá 12 meses de budget projetados.

É o modelo ideal para empresas onde o produto tenha um ciclo de vida curto e ambiente que exige mudanças rápidas do desempenho da empresa e curto prazo de planejamento, onde há mudanças constantes e também para empresas que não se adaptam ao modelo de budget anual.

A Valuup consultoria presta serviços de aconselhamento, planejamento, implantação e até outsorcing de planejamento e controle orçamentários, buscando auxiliar o seu cliente na melhoria do seu desempenho e liberando o mesmo para que foque na sua atividade fim.

As 10 maiores armadilhas do orçamento:

Fonte: HSM Management 32 maio-junho 2002

  1. Conduzir os processos de traz para frente: entrar direto no processo sem antes formular o planejamento estratégico.
  1. Estimar custos no escuro: é necessário ter conhecimento sobre os custos da empresa, e não simplesmente orçar qualquer valor tentando o adivinhar
  1. Começar de cima para baixo: o orçamento deve ser feito respeitando uma hierarquia, sendo escutado por todos os setores e de interesse as necessidades de cada um.
  1. Atingir as metas a qualquer custo: atingir as metas sem manipulações;
  1. Tratar o orçamento com um mandamento gravado em pedra: o orçamento deve ser alocado com informações recentes e não dados já desatualizados. Começando a elaboração do orçamento por partes
  1. Apegar-se as planilhas: usar métodos diferentes além das planilhas, de preferência programas embasados na realidade da empresa.
  1. Tentar colocar um cilindro em um orifício quadrado: cada empresa tem um software atendendo as suas necessidades, sendo assim, não necessária a compra de um vasto sistema que não atenda suas expectativas.
  1. Usar o orçamento como plano de negócios: as empresas devem entender que plano de negócios tem a haver com riscos e oportunidades e precisa ser mais realista, diferente do orçamento.
  2. Minimizar a importância das variações: investigar as falhas e variações dos valores e ações tomadas. Fazendo os funcionários entender da importância do cumprimento das metas.
  3. Passar automaticamente para previsão móvel: passar a atualizar as previsões em curtos períodos, funcionando melhor quando há variabilidade significativa no negócio