O que esperar de 2016?

Lucas Lautert Dezordi: doutor em Economia e sócio da Valuup Consoltoria

Sem sombra de dúvidas, 2015 será marcado como um dos piores anos de nossa história recente, no que se refere à capacidade de geração de renda, emprego e riqueza. Como consequência, as expectativas dos agentes de mercado em relação ao futuro da economia brasileira foram gradativamente se deteriorando, tanto para este ano como para 2016. Este breve artigo apresenta o comportamento de quatro variáveis importantes as quais merecem um acompanhamento constante. Como fonte de análise, utilizamos as informações sobre o mercado através da Pesquisa Focus do Banco Central do Brasil, em um período de 01/01/2015 a 20/11/2015. Vamos começar pela produção.

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Expectativas do PIB

 

O mercado financeiro, em janeiro de 2015, esperava um crescimento do PIB para 2015 e 2016, respectivamente, na ordem de 0,5% e 1,8%. Os últimos dados da pesquisa indicam que teremos uma forte recessão no período, principalmente pelo fraco desempenho dos setores da Indústria e Serviços.

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Expectativas do IPCA

 

Aliado ao medíocre crescimento da renda, nossa economia vem registrando um preocupante processo inflacionário. As expectativas do IPCA subiram de 6,57% para 10,33% para 2015, conforme Gráfico 2. Certamente, essa inflação muito elevada em 2015 irá contaminar os preços em 2016. As informações mais atuais sobre as expetativas do IPCA para 2016 indicam uma taxa acima do limite superior de 6,50%. Ou seja, o Banco Central está com muita dificuldade em combater a forte escalada de preços.

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Expectativas do Câmbio

 

A consequência natural de economias com fortes processos inflacionários é a geração de uma forte pressão sobre a taxa de câmbio. O Gráfico 3 indica que o mercado estimava, em janeiro de 2015, uma taxa de câmbio para 2015 e 2016 em torno de R$ 2,90. Esse cenário foi se deteriorando e prejudicando o controle inflacionário. Atualmente, é praticamente consenso que a economia brasileira vai operar, no ano de 2016, com uma taxa de câmbio acima dos R$ 4,00.

É claro que teremos um quadro mais interessante para as exportações e uma melhora na balança comercial e nas contas externas. Contudo, pela pressão inflacionária que o câmbio exerce nos preços domésticos, torna-se claro que a taxa de juros Selic deverá ser mantida em patamares elevados, em torno de 14% ao ano, em 2016.

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Expectativas do Déficit Público

 

Consideramos que o problema mais grave da economia brasileira seja o atual e esperado desequilíbrio fiscal. O Gráfico 4 destaca essa questão. No início de 2015, esperava-se que a partir do ajuste fiscal, o Governo Consolidado (estados, municípios, BC, estatais e governo central) fosse registrar um déficit público de cerca de 5,0% em 2015 e 4,0% em 2016. Entretanto, com a dificuldade em aprovar as medidas de ajuste no Congresso Nacional, esse cenário foi se deteriorando. Atualmente, o mercado financeiro está extremamente pessimista em relação às contas públicas. As expectativas indicam um déficit público na ordem de 9,5% para 2015 e 7,8% para 2016. Ou seja, extremamente elevados.

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A partir de uma breve análise desses quatros indicadores, temos a convicção que 2016 será um ano tão difícil quanto seu antecessor. A economia ainda apresentará um quadro recessivo, com fortes pressões inflacionárias. E, enquanto as questões fiscais não forem amenizadas, as expectativas dos agentes econômicos continuarão se deteriorando.

 

2016 um ano de ajuste

 

Em debate promovido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná, em Curitiba, economistas do DIEESE, OCEPAR, FIEP e CORECONPR foram unânimes ao apontar um cenário de estagnação acompanhado de um processo inflacionário

 

Matéria Completa: Diário Indústria&Comércio

Economia brasileira em 2016

 

As perspectivas para a economia brasileira em 2016 não são animadoras. O Produto Interno Bruto deve fechar em queda, os juros e o dólar devem se manter em um patamar alto e a produção industrial também não tem previsão de crescimento.

Matéria Completa: Folha de Londrina

Política do país em relação com o Paraná

Economistas paranaenses esperam um ano de 2016 ainda “nebuloso” e com as consequências do período de recessão. Entidades ligadas ao setor se reuniram nesta quarta-feira (25) para discutir os rumos dos setores da indústria, agricultura e pecuária.

 

Matéria Completa: Band News

Planejamento e controle orçamentário

A intenção desse texto hoje é contextualizar o leitor sobre princípios básicos do planejamento e controle orçamentários. É um assunto bem amplo, complexo e com diversas vertentes, prós e contras.

O que é e para que serve?

O planejamento orçamentário, e por consequência seu controle, são ferramentas gerenciais importantes para direcionar os componentes da organização para que atinjam os objetivos pré-determinados através dos níveis táticos e operacionais.

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É uma fase importante do planejamento estratégico e por diversas vezes esquecido ou relegado a menor importância durante o ato de elaboração do planejamento estratégico das empresas. O impacto disso, por vezes, é termos um planejamento estratégico no papel, sem poder mensurar seus resultados ou pior, tendo um descolamento total entre o que foi planejado e o realizado. O Planejamento orçamentário nada mais é que o reflexo financeiro (e, portanto, numérico e mensurável) das ações definidas pela estratégia da empresa.

Em sumo, o planejamento orçamentário inicia nos princípios gerais de planejamento da empresa, onde são determinadas as diretrizes, as premissas, os cenários e com isso são elaborados os planos em níveis táticos (plano de vendas ou marketing, plano de produção e suprimentos, plano de investimentos e plano de recursos humanos). Todos esses planos são agora transformados em planos operacionais, com estimativas então o orçamento (ou budget em inglês) oficial.tabela-planejamento-controle-orçamentario-valuup-negocios

As peças básicas que compõem o sistema orçamentário são o balanço patrimonial, a demonstração de resultado e o fluxo de caixa. Portanto, a contabilidade deixa de ser uma ferramenta puramente de registro ou de apuração fiscal, para ser uma ferramenta que apoie a gestão no controle e na tomada de decisão. É fundamental ter uma contabilidade ágil no fornecimento de informações e com um sistema confiável, para que o processo de controle seja dinâmico. Se depender de informações gerenciais controladas a parte, há grande risco de perda de informação e de controle da realidade.

O que se consegue através do budget?

ü  Efetuar análises de composição do endividamento,

ü  Perfil da dívida,

ü  Liquidez,

ü  Posição de caixa,

ü  Necessidade de capital de giro,

ü  Lucratividade,

ü  Rentabilidade sobre o investimento realizado

ü  Vínculo com o Business Plan

Tipos de Budget:

Existem diversos modelos, não há uma fórmula específica ou mágica. Cada modelo deve se adequar a necessidade e realidade de cada empresa.  Abaixo vamos citar 3 modelos, os mais básicos utilizados e os preferenciais para quem ainda não tem a cultura de controle de budget.

  1. Orçamento base zero

O orçamento base zero é aquele onde não há parâmetros históricos de referência (ou decide-se não os usar).  Cada item do plano tem que ser pesquisado de acordo com o mercado ou com os objetivos a serem atingidos. As vendas, por exemplo, devem ser planejadas de acordo com estimativas esperadas, já que não há histórico de comportamento. Já as despesas com telefonia por exemplo, tem que ser  pesquisadas com a necessidade esperada da empresa e o valor normal de mercado.

É o tipo de orçamento mais trabalhoso, e por isso mais moroso de ser elaborado, porém seria o melhor já que todas as premissas são reavaliadas sempre, sem contaminação histórica, uma vez que o passado nem sempre garante o comportamento futuro.

  1. Orçamento empresarial

É o orçamento mais usualmente utilizado. É baseado em desempenho histórico onde já há uma base de comportamento das contas ou já se conhece melhor os números e as performances. Com base no histórico e com as diretrizes estratégicas esse orçamento é elaborado. É o mais rápido a ser elaborado (em comparação com os demais) e com mais fundamentação.

  1. Orçamento contínuo

Ou rolling forecasting.  É um modelo de budget onde há atualização constante do mesmo. O budget é elaborado, para 12 meses, por exemplo, seja pelo método de base zero ou empresarial. A cada mês que realiza o orçamento ele é revisto, readequando os objetivos nos próximos meses e acrescentando mais um mês. Com isso sempre haverá 12 meses de budget projetados.

É o modelo ideal para empresas onde o produto tenha um ciclo de vida curto e ambiente que exige mudanças rápidas do desempenho da empresa e curto prazo de planejamento, onde há mudanças constantes e também para empresas que não se adaptam ao modelo de budget anual.

A Valuup consultoria presta serviços de aconselhamento, planejamento, implantação e até outsorcing de planejamento e controle orçamentários, buscando auxiliar o seu cliente na melhoria do seu desempenho e liberando o mesmo para que foque na sua atividade fim.

As 10 maiores armadilhas do orçamento:

Fonte: HSM Management 32 maio-junho 2002

  1. Conduzir os processos de traz para frente: entrar direto no processo sem antes formular o planejamento estratégico.
  1. Estimar custos no escuro: é necessário ter conhecimento sobre os custos da empresa, e não simplesmente orçar qualquer valor tentando o adivinhar
  1. Começar de cima para baixo: o orçamento deve ser feito respeitando uma hierarquia, sendo escutado por todos os setores e de interesse as necessidades de cada um.
  1. Atingir as metas a qualquer custo: atingir as metas sem manipulações;
  1. Tratar o orçamento com um mandamento gravado em pedra: o orçamento deve ser alocado com informações recentes e não dados já desatualizados. Começando a elaboração do orçamento por partes
  1. Apegar-se as planilhas: usar métodos diferentes além das planilhas, de preferência programas embasados na realidade da empresa.
  1. Tentar colocar um cilindro em um orifício quadrado: cada empresa tem um software atendendo as suas necessidades, sendo assim, não necessária a compra de um vasto sistema que não atenda suas expectativas.
  1. Usar o orçamento como plano de negócios: as empresas devem entender que plano de negócios tem a haver com riscos e oportunidades e precisa ser mais realista, diferente do orçamento.
  2. Minimizar a importância das variações: investigar as falhas e variações dos valores e ações tomadas. Fazendo os funcionários entender da importância do cumprimento das metas.
  3. Passar automaticamente para previsão móvel: passar a atualizar as previsões em curtos períodos, funcionando melhor quando há variabilidade significativa no negócio

Performance Econômica das Empresas da Construção Civil

Por: Fabio Furman e Luis Gustavo Budzuak

Observamos uma queda acentuada na venda de imóveis novos em todo o país. Somente na cidade de São Paulo a queda foi de 48% entre janeiro e agosto de 2015 se comparado com igual período de 2014, segundo o SECOVI (Sindicado da Habitação e Condomínio). Cabe perguntar como está a performance econômica das empresas da construção civil diante deste cenário de desaceleração e como seu resultado econômico foi impactado.

 

Para entender esse impacto, analisamos 17 empresas do setor da construção civil a partir de sua demonstração de resultado. Selecionamos os seguintes indicadores de performance econômica: EBIT (Earnings Before Interest and Taxes), índice que mede o resultado antes dos encargos financeiros e dos impostos; Margem Bruta, índice utilizado para medir o resultado bruto em relação à receita líquida; e, Margem líquida esse índice mede o percentual de lucro líquido sobre a receita líquida. Calculamos esses indicadores para os anos de 2010 a 2015, tendo como data de referência 30 de junho de cada ano.

As empresas escolhidas para nosso estudo foram: Helbor; Mills; PDG; CR2; João Fortes; Rossi; Viver; Direcional; Even; Eztec; Rodobensimb; Tecnisa; MRV; Cyrela; Gafisa; Trisul e Jhsf. Essas empresas foram escolhidas por terem seus dados econômicos e financeiros históricos disponíveis ao mercado (utilizamos o site Fundamentus).

Durante os cálculos observou-se que as empresas: CR2, João Fortes e Viver, apresentavam comportamento diferente das demais, com quedas muito bruscas em seus índices a partir do ano de 2012, como esse comportamento particular poderia distorcer a análise, as mesmas foram excluídas das análises (outliers).

Analisando o EBIT, observamos a empresa EZTec com o maior índice, 48,90%, em 2015, e o pior EBIT foi da PDG em 2012, -38,42%. Na Margem Líquida o melhor índice foi da EZTec, 58,83%, em 2015, e a pior foi da PDG, -42,45%, em 2012. No que diz respeito a margem bruta o melhor índice é o da Mills, 58,79%, em 2013, já o pior é da PDG, -19,35%, em 2012.

EVOLUÇÃO MÉDIA DOS ÍNDICES ANALISADOS

Foi também calculado a média para os três índices acima citados, no cálculo da média foram excluídas as empresas: CR2, João Fortes e Viver, pelo fato das mesmas provocarem grandes distorções em relação ao cálculo das médias.

O EBIT médio do setor de construção civil era de 22,3% em 2011, e atingiu 12,7% em 2012, retomando à 18,5% em 2014 e caindo à 11,1% em 2015, menor valor para o período analisado. Já em relação à Margem Bruta, em 2010, o índice era de 34,5%, reduzindo para 28,7% em 2012 e subindo para 33,2% em 2014 e finalmente 30,2% em 2015. E a Margem Líquida foi de 17,0%, em 2010, em 2012 foi de 8,7% e subiu em 2014 para13,1% caindo novamente em 2015 para 4,2%.

Observa-se no gráfico que, na média, há uma queda dos índices, EBIT, Margem líquida e Margem bruta, entre os anos de 2010 e 2012. Já em um segundo momento, no período 2012-2014 observa-se uma recuperação dos índices, retomando à patamares de 2010. Porém de 2014 a 2015 há uma queda brusca na média dos índices, EBIT e Margem líquida e uma queda menor na Margem Bruta.

 

Conclusão

 

Fazendo uma análise do setor a partir da média das empresas estudadas constatamos uma forte relação entre os três índices, uma vez que eles seguem tendências semelhantes.

A Margem Bruta foi o índice que sofreu o menor impacto no período recente, mantendo-se com patamar de 30% em 2015, superior ao ano de 2012.

Com relação ao EBIT, constatamos que há uma queda acelerada em 2015, chegando a 11,1%, metade do valor de 2010. Demonstrando que as empresas da construção civil não foram eficientes em cortar despesas operacionais no período.

Já a Margem líquida foi a que sofreu o maior impacto. Alcançando 4,2% em 2015, ou seja, menos do que a quarta parte do valor de 2010, que foi de 17,0%. Os juros e despesas financeiras, assim como os impostos, impactaram significativamente no resultado econômico das empresas da construção civil.

Constatamos que os índices de 30/06/2015 são os piores dos últimos cinco anos. Também se observou que o impacto é substancialmente maior na Margem líquida, seguida do EBIT e menos sensível à Margem bruta. O que representa que estas empresas apresentam menor eficiência nas suas despesas operacionais e na conta de juros.

Por: Fabio Furman e Luis Gustavo Budzuak

A alta do dólar e expectativas para a economia brasileira

Lucas Lautert Dezordi
Doutor em Economia e Sócio da Valuup Consultoria.

O mês de setembro foi marcado pelo rompimento da barreira de R$ 4,00 o preço do dólar. A última vez que a moeda estrangeira tinha registrado um valor tão elevado tinha sido no período 2002/03, durante a campanha eleitoral presidencial e a vitória do governo Lula para a Presidência. No primeiro mandato de Lula, os mercados foram estabilizados a partir de um forte ajuste fiscal, via superávit primário de 4,25% do PIB. Esses esforços em conjunto a uma política monetária contracionista conseguiram estabilizar a inflação e colocar novamente a economia brasileira em uma trajetória de crescimento sustentável, baseada na expansão do mercado doméstico.

Mas agora, o que podemos esperar de nossa economia?

 

alta-dolar-valuupNossa situação é muito mais delicada em virtude da forte instabilidade política, provocada pelas relações muitos conflituosas entre o Executivo (governo do PT) e o Legislativo (liderados pelo PMDB). Para ilustrar como esse ambiente hostil vem afetando a economia brasileira, desenvolvemos uma simples figura, destacando as inter-relações entre a política, o orçamento e os mercados.

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Com a forte instabilidade política observada na esfera Federal, o Executivo não consegue aprovar medidas de redução do déficit público e sofre com as pautas-bombas apresentadas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. É importante registrar que o orçamento público brasileiro está em frangalhos. Refrescando alguns números, temos que até 2013, o Brasil operava com um déficit público/PIB na ordem de 3,5%; em 2014 esse valor passou para 6,7%; e em 2015 estamos operando com um déficit na ordem de 7% do PIB. No dia 31 de agosto de 2015, quando o Executivo enviou ao Congresso um projeto de Lei Orçamentária para 2016 com uma projeção de déficit público de 8%, o mercado financeiro reagiu abruptamente: queda da nota de Investimento da S&P (aumento do risco país) e fortíssima pressão sobre o mercado de divisas.

O impacto imediato de um dólar mais forte e ultrapassando com folga a barreira dos R$4,00 é uma deterioração das expectativas inflacionárias. Uma economia com forte pressão inflacionária irá exigir o aumento nas taxas de juros de mercado (DI futuro), jogando a economia em uma severa recessão econômica. Infelizmente, estamos vivenciando uma situação de grande desequilíbrio orçamentário, com dominância fiscal. O pior de tudo é que os aumentos dos juros a partir desse estágio terão pouco ou nenhuma influência sobre a dinâmica inflacionária, a qual ganhou força e combustível oriundo do desequilíbrio fiscal. Essa situação é insustentável e perversa. Caso o setor público torne-se mais complacente com o déficit público/PIB crescente iremos ver no Brasil um colapso no mercado de crédito e uma recessão muito mais profunda, similar a observada nos países europeus durante a crise financeira internacional.

Neste sentido, torna-se fundamental o reestabelecimento das forças políticas do Executivo e Congresso para trabalharem em conjunto com o intuito de estabilizarem e reduzirem o déficit público cíclico o mais rápido possível. Não há mais tempo para brincar de política econômica, tornando-se um líder político irresponsável. O mercado não vai perdoar!

Sustentabilidade e empresas: como estas duas questões conversam!

Recentemente fizemos um estudo para investigar se as empresas que se dizem sustentáveis, de fato mantém os investimentos em sustentabilidade mesmo quando seus indicadores econômico e financeiros não vão muito bem. Descobrimos que a sustentabilidade das empresas é algo mais discursivo do que uma preocupação real com as gerações futuras.

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Há uma grande discussão em torno do tema sustentabilidade. A preocupação surgiu na década de 1970, e tomou força na década de 1990. A partir do início deste século as empresas passaram a empregar o termo sustentabilidade para quase tudo o que fazem. Tornando-se um jargão no mundo dos negócios, um discurso. Esta comunicação, ou discurso, foi feita através da mídia e da divulgação dos valores das empresas (missão e visão das empresas) de modo a legitimar a ação destas na sociedade.

Do ponto de vista teórico existe um grande embate acerca do tema sustentabilidade. A grande pergunta é: como é possível crescer economicamente sem que haja impacto sobre as questões sociais e ambientais, ou seja, como podemos produzir tantos produtos para sociedade sem que isso prejudique a sustentabilidade do planeta?

Acabou-se por convencionar que o conceito  mais aceito é do triple botton line. Este conceito argumenta que uma ação é sustentável quando ela se preocupa com três aspectos: a sustentabilidade econômica, a sustentabilidade social e a sustentabilidade ambiental.

Analisamos 15 empresas brasileiras de grande porte que se declaram sustentáveis através de seu discurso como sociedade, neste caso analisamos o discurso através da presença da palavra “sustentabilidade” ou sinônimos na missão, visão e valores das empresas. Do outro lado analisamos os relatórios de sustentabilidade produzidos por essas empresas através do modelo GRI (Global Reporting Initiative), onde podemos constatar a evolução dos investimentos dessas empresas em ações sociais e ambientais, por meio de 52 indicadores obrigatórios existentes. Analisamos a evolução dessas empresas no período de 2009 a 2012, sempre comparando a evolução social e ambiental com a evolução econômica e financeira. Nós evidenciamos a performance financeira das empresas através de cinco indicadores que são considerados importantes pelo mercado de capitais: receita líquida, lucro líquido, o lucro operacional (EBITDA), o retorno sobre os ativos (ROA) e retorno sobre o patrimônio (ROE).

Na tabela abaixo apresentamos as empresas analisadas e a performance sustentável em comparação com a performance econômico-financeira, em ordem alfabética.

TABELA 1    NÚMERO DE INDICADORES SUSTENTÁVEL COM CRESCIMENTO ACIMA DA PERFORMANCE ECONÔMICA-FINANCEIRA

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A média de indicadores de sustentabilidade com crescimento acima do crescimento financeiro das empresas foi de: 10,5% para a Receita líquida; 16,7% para o Lucro líquido; 16,8% em relação ao EBITDA; 16,3% para o ROA; e, 16,6% quando analisado o ROE. Com isso confirmamos que as empresas que se declaram sustentáveis não apresentam uma performance sustentável (investimento em sustentabilidade) superior à performance econômico-financeira. O emprego da palavra “sustentabilidade” pela empresa em sua estratégia está mais ligada a um propósito discursivo da organização do que uma preocupação real.

Individualmente as empresa que apresentaram melhor desempenho sustentável foi, pela ordem: Light, EDP Energias e Petrobras.

Parece que usar o termo “sustentabilidade” no discurso com a sociedade é algo relativamente fácil, afim de contas inserir algumas palavras deste tipo na comunicação da empresa não é nada complicado. Porém manter investimentos sociais e ambientais em linha com o crescimento da receita, lucro ou do retorno econômico-financeira é algo ainda muito difícil para as empresas.

Sócio da Valuup consultoria fala sobre economia de energia elétrica

O Sócio da Valuup Consultoria, Dr. Lucas Dezordi, participou no dia 04/08/15 de uma reportagem da equipe de jornalismo da RPC sobre como mudanças de hábitos podem ajudar a reduzir consumo de energia elétrica.

Doutor e mestre em Desenvolvimento Econômico (UFPR) e graduado em Ciências Econômicas (UFPR). É professor titular e coordenador do Curso de Economia da Universidade Positivo. Foi professor da FAE Business School e da UFPR nas disciplinas de macroeconomia, economia monetária e econometria. Foi professor convidado na Faculdade Fachhochschule Münster – Alemanha. Publicou diversos livros e artigos. Tem 17 anos de experiência como consultor de diversas empresas, institutos e associações, como: Sinduscon-PR e Sindicombustível-PR. Foi economista-sênior do projeto Plano de Desenvolvimento Econômico de Curitiba do IPPUC e ISAE/FGV. É conselheiro fiscal do Instituto Life e conselheiro do CORECON- PR.

 

Link do vídeo:

http://g1.globo.com/pr/parana/paranatv-1edicao/videos/t/edicoes/v/mudanca-de-habitos-em-casa-pode-ajudar-a-reduzir-consumo-de-energia-eletrica/4368545/

O atual processo inflacionário e a dinâmica da indústria nacional

Na análise microeconômica sobre a teoria dos preços, observamos que as empresas capitalistas buscam equilibrar as relações entre produtividade, salários, custos e mark-up com o foco de obter os melhores resultados operacionais. Em termos teóricos, a maximização dos seus lucros ocorre pela condição:

P(1+z)=w/PMgL                 (1)

A equação (1) é formada por:

P = Preço de mercado, líquido de imposto indireto;
z = Mark-up. Quanto maior a concorrência menor o valor de z;
w = salários nominais e encargos sociais; e
PMgL = Produtividade marginal do fator trabalho.

 

Podemos chamar w⁄PMgL=CUT; isto é: o custo unitário do trabalho é a razão entre os salários + benefícios sobre produtividade da mão de obra. Dessa forma, sabemos que a dinâmica dos preços em uma economia está diretamente relacionada, entre outros fatores, ao custo efetivo do trabalho (CUT).

A questão central desse artigo é responder, portanto, a seguinte pergunta: Como se comportaram essas variáveis, na industrial brasileira, nos últimos 5 anos?

Entre os anos de 2010 a 2014, os salários nominais subiram em 55,7% no período (9,26% ao ano); a produtividade industrial aumentou em apenas 9,5% (1,84% ao ano). Nossa capacidade de produção e geração de oferta não acompanhou a dinâmica dos salários, gerado uma forte pressão nos custos da mão de obra de 42,1% no período (7,29% ao ano).

 

Gráfico 1 – Produtividade versus Salários, na Indústria Nacional.

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2014, o IPCA (índice de inflação oficial) aumentou em 34,5% (6,11% ao ano). Descontando os impactos dos preços administrados, os quais foram manipulados pelo governo, temos que a inflação dos bens livres subiu em 39,3% (6,86% ao ano), como destacado pelo gráfico 2.

Gráfico 2 – Dinâmica da Indústria de Transformação, Brasil: 2010 a 2014.

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Infelizmente, a economia brasileira nos últimos anos cresceu com aumento nos custos de produção e perda na eficiência econômica. Essa dinâmica perversa vem gerando fortes pressões inflacionárias e constantes desvalorizações na taxa de câmbio.
Num ambiente instável ou de pessimismo econômico, com pouca visibilidade de melhorias ou crescimentos no médio e longo prazos, qualquer conhecimento mais aprimorado de variáveis que impactem no negócio pode ser um fator de sucesso num ambiente de alta volatilidade e de estresse econômico. Decisões de reposicionamento estratégico e de reestruturação interna devem ser baseadas em informações e podem ser a diferença entre o sucesso ou não. A Valuup assessora seus clientes nesse sentido, apoiando a tomada de decisão com informações, análises e estudos diversos, buscando sempre a maximização de resultados.